Qua | 31.01.18
Um dia ao contrário
Parece que hoje é o dia de fazer tudo ao contrário. O "objectivo é abanar a rotina do quotidiano e libertar a mente da prisão da normalidade", devolve-me a pesquisa no Google.
Assim sendo, em vez de viver o presente, não pude evitar regressar 15/16 anos atrás e voltar a ouvir uma vozinha atabalhoada a declamar o poema da Luísa Ducla Soares, que aprendeu no Infantário e que repetia sem cessar (ainda hoje o consigo dizer de cor).
Que tenham um bom dia, divirtam-se e façam tudo ao contrário! (que eu já tenho um sorriso na face, pelas boas memórias que este dia me trouxe)
O menino do contra
queria tudo ao contrário:
deitava os fatos na cama
e dormia no armário.
queria tudo ao contrário:
deitava os fatos na cama
e dormia no armário.
Das cascas dos ovos
fazia uma omelete;
para tomar banho
usava a retrete.
fazia uma omelete;
para tomar banho
usava a retrete.
Andava, corria
de pernas para o ar;
se estava contente
punha-se a chorar.
de pernas para o ar;
se estava contente
punha-se a chorar.
Molhava-se ao sol,
secava na chuva;
e em cada pé
usava uma luva.
secava na chuva;
e em cada pé
usava uma luva.
Escrevia no lápis
com um papel;
achava salgado
o sabor do mel.
com um papel;
achava salgado
o sabor do mel.
No dia dos anos
teve dois presentes:
um pente com velas
e um bolo com dentes.
teve dois presentes:
um pente com velas
e um bolo com dentes.
Luísa Ducla Soares