A melhor filha do mundo sabe o que a mamã gosta de ler. E há uns tempos, ofereceu-me o livro da Bea Johnson, a guru do movimento "Desperdício Zero".
Apesar de o seu livro "Zero Waste Home, estar disponível em português, ela conseguiu desencantar uma versão original low cost, por cerca de metade do preço aqui. (Lá diz o ditado que "filha de formiga sabe poupar")
E o que achei do livro?
1º ) Não é uma bíblia com mandamentos. É um guia e retrata, na primeira pessoa, o percurso da autora para reduzir o desperdício. Com sucessos e fracassos.
2º) Bea não é fundamentalista nem radical. Reconhece que, numa primeira fase, já o foi e não correu bem. A tentativa de ser auto-suficiente e produzir tudo o que precisa não foi o caminho. Há que encontrar o equilíbrio entre as comodidades da nossa sociedade e a redução do lixo e do desperdício.
O que, para mim, foi um alívio porque é assim que eu penso. Há bens e facilidades de que não quero prescindir...mas há milhentas formas de reduzir o meu desperdício.
3º) Numa sociedade consumista e que privilegia o descartável, não é fácil evitar o plástico e a tralha. Bea mentiu várias vezes, para recusá-los e escusar-se a longas explicações (até afirmou ser alérgica ao plástico, num restaurante :)
4º) Não se muda o estilo de vida de um momento para o outro. Faz-se com um passo...que a seguir leva ao outro...envolve-se a família...partilha-se com os amigos. E não é fácil para quem vive com a mentalidade do sonho americano!
5º) Há imensas dicas e receitas. O mais surpreendente é a compilação das inúmeras utilizações do vinagre. Essa eu não resisto a partilhar convosco, num post futuro.
6º) Denota-se já alguma desactualização (o livro foi publicado em 2013), sobretudo porque Bea adora usar panos de microfibra. E nós conhecemos, agora, os riscos do micro-plástico no ambiente...
O resto fica para vocês explorarem, se quiserem ler o livro.
Vale a pena o investimento. Alerta-nos para o impacto do nosso consumismo no planeta... E prova-nos que a felicidade não depende da quantidade de coisas que queremos ter.
Sim, porque o que nos faz feliz é aquilo que ainda não temos, certo?
Desde que iniciei a minha caminhada para reduzir a pegada ecológica , mudei muitas rotinas.
Uma delas foi substituir alguns produtos de beleza por outros mais naturais.
Pelo que, já há alguns meses,troquei o tónico por água das rosas.
No Domingo, ao olhar para uma das roseiras do meu jardim, ocorreu-me o óbvio:
- Fazer água das rosas não deve ser difícil. Eu tenho tantas. Porque não experimentar?
Fui googlar. E meti mãos à obra, seguindo uma receita muito fácil.
ÁGUA DAS ROSAS
1- Colher as rosas e retirar as pétalas.
Se achar melhor, lavá-las e secá-las bem.
2 - Colocar as pétalas numa panela e cobrir com água (de preferência, destilada).
3 - Levar ao lume brando, durante cerca de 15/20 minutos, até as pétalas perderem a cor.
É muito importante não deixar ferver a água, para que as propriedades das rosas não se percam e não haja alteração do aroma.
4 - Com um coador, filtrar para um frasco ou garrafa esterilizados.
Deixar arrefecer e colocar no frigorífico para preservar durante mais tempo.
A água deve ser utilizada no prazo máximo de duas semanas.
Para durar mais, deverão ser adicionadas algumas gotas de vitamina E (que eu, obviamente, não tenho).
A cor é magnífica e já a utilizei para limpar a pele.
Pareceu-me muito melhor do que a do supermercado. O aroma é tão natural e agradável que fiquei completamente rendida. E a fresca suavidade na pele é atordoante.
E, claro, aproveitei para decorar a ex-garrafa de molho de tomate com uma fita a condizer.
As propriedades atribuídas à água das rosas são inúmeras. Saibam que:
Protege a pele contra as rugas e suaviza as linhas de expressão, devido ao alto teor de vitamina C;
Suaviza a pele, purifica e diminui a dilatação dos poros, ao equilibrar a oleosidade;
Nas peles secas, tonifica, acalma e refresca;
Ajuda a manter o equilíbrio do ph da pele, pelo que favorece o tratamento de problemas dérmicos;
Limpa a pele e tem uma acção anti-bacteriana, anti-inflamatória e descongestionante, ajudando a diminuir papos, olheiras e sinais de cansaço;
Multiplica a hidratação da pele e a luminosidade;
É reafirmante e tem propriedades anti-manchas;
Tem benefícios no coro cabeludo, ao aumentar o fluxo sanguíneo, alimentar e fortalecer os folículos;
Como já era expectável, a despenalização da Eutanásia não passou na Assembleia da República.
A maioria dos nossos deputados decidiu por nós.
Por aqueles que se encontram em sofrimento extremo e por qualquer um que possa vir, a qualquer momento, a debater-se com o sofrimento físico e psíquico extremo de um estado terminal.
Não se trata do direito à morte, na minha opinião.
Esse direito, por muito que o quiséssemos dispensar, é-nos concedido à nascença, de modo vitalício.
Trata-se de impor um dever. O dever de viver quando os órgãos falham, quando os pulmões não recebem ar, quando a morfina não acalma as dores. Quando os médicos reconhecem que não há mesmo nada a fazer. E quando o próprio pede, em consciência, para se libertar do corpo...
Se isto não é tirania, que nome lhe havemos de dar?
Há uma década atrás, fizemos um referendo para decidir do direito à vida de embriões, sem consciência de que existem.
Porque não podemos fazer agora uma referendo para decidir do direito à morte daqueles que imploram por isso?
Ao menos, que sejamos todos nós, possíveis doentes a pedir para morrer, a decidir se o queremos fazer com dignidade ou suportar os últimos dias em tortura, imposta pelo nosso próprio corpo.
É que mesmo trancada em casa e isolada do mundo, eu consigo esta proeza.
A de cagar a patinha toda!
Ontem, a minha filha fez uma frequência para a qual não se sentia preparada.
Eu esperei ansiosamente pela hora de terminar, para ver se ela me ligava.
Nada.
Quando ela não me diz nada, nem sequer por mensagem, é muito mau sinal.
Não resisti e enviei-lhe um SMS:
- Quando puderes, diz qq coisa...
Nada.
Entretanto, um colega meu, com quem costumo beber café na pausa da tarde, envia-me uma mensagem a perguntar se já estou a trabalhar e se quero ir ao café.
Com ironia, respondi-lhe que tenho café em casa, se ela cá quisesse vir.
E da minha filha nada.
Finalmente, recebo o tão esperado SMS:
- Fica para amanhã.
Fiquei destroçada.
"A frequência correu tão mal que nem quer falar.
Deve estar desesperada. E eu cá tão longe, nem a posso consolar..."
Respondi à mensagem, com o melhor que consegui:
- Tenho tanto orgulho em ti
E recebi a resposta:
- Obrigado. Mas porquê?
Foi a pergunta do meu colega. O "fica para amanhã" tinha sido enviado por ele e eu nem me apercebi...
Há truques tão óbvios que nos passam despercebidos. Mas permitem-nos poupar na divisão da casa onde, provavelmente, mais gastamos.
É aqui que preparamos as refeições ou, pelo contrário, encontramos motivos para fazer gastos supérfluos no supermercado e na restauração.
Não sou eremita nem fundamentalista. Como a grande maioria das pessoas, gosto de ir a um restaurante e não resisto a ter algumas refeições ti-nó-ni (compradas no supermercado e guardadas no congelador, para saírem em SOS).
Todavia, adoptei alguns hábitos que me permitem poupar dinheiro, para além daqueles mais comuns e que já toda a gente ouviu falar. E, sem surpresas, confirmo que também contribuem para um consumo "desperdício zero" e uma redução da pegada ambiental:
1 -Sempre que possível, uso a panela de pressão. O tempo e o gás que se poupam são evidentes!
2 - Abuso do jarro eléctrico: é o modo mais económico de aquecer água.
Mesmo para o balde da esfregona, deixo ferver e misturo com água fria. Já pensaram no desperdício de água quando utilizamos o esquentador ?
Quando cozinho alimentos que exigem água fervente (massa, arroz, legumes...), pré-aqueço a água no jarro e verto depois na panela. É mais rápido e económico.
3 - Os alimentos cortados em pequenos pedaços precisam de menos tempo e energia para cozerem. Por isso, quando confecciono sopas e purés, vão bem pequeninos para a panela.
E tento colocar agua na medida estritamente necessária. Não precisamos de 1 litro de água para cozer uma batata. Quanto menor a quantidade, menor o tempo de cozedura.
4 -Faço sempre sopa em grandes quantidades. O consumo de energia é menor do que fazer pequenas quantidades de cada vez.
Congelo uma parte e vou intercalando com outras. E servem para SOS, quando algum contratempo me impede de fazer comida. Ou para a filha levar para Lisboa.
5 -As sobras (legumes, peixe, carne) não se desperdiçam. Fazem maravilhosas tortilhas, fazendo um prévio refogado com cebola, alho e muito pimento (verde e vermelho para ficar bem colorido). Depois misturo os ovos, acompanho com uma salada e já está!!
6 -Cozo sempre as leguminosas em grande quantidade. Depois distribuo por frascos de vidro e congelo.
Poupo gás e evito comprar frascos no supermercado, quando preciso e não tenho tempo de demolhar.
7 -Tento ter sempre molho de tomate feito e congelado em frascos. Misturado com massa ou em cima de uma base de pizza, é a refeição mais rápida do mundo (e não compro no supermercado, desperdiçando dinheiro, embalagens e saúde).
8 -CAFÉ. Somos consumidores industriais.Como tenho máquina de cápsulas, gastava fortunas por mês.
Neste momento, gasto 2 €.
Optei por comprar cápsulas reutilizáveis e compro café moído só quando está em promoção!
9 -Compro especiarias e aromáticas a granel. Ou em lojas a granel ou mesmo em hipermercados, como o Jumbo.
E alguns, compensa comprar nos mercados locais.
É sobretudo o caso escandaloso dos orégãos. O preço de um molho custa-me 5 € (terá pelo menos meio quilo) e dá-me para um ano. Um quilo de orégãos no hiper chega a custar 149 € ! (fechem a boca e vão lá confirmar)
E depois evito o desperdício de embalagens.
10 - Igualmente com o chá.
É mais barato comprar em folhas do que em saquetas.
E é DESPERDÍCIO ZERO!
Se tiverem um canteiro no jardim ou uma horta, plantem erva-príncipe e lúcia-lima. Não requer cuidados e têm chá o ano inteiro.
11- O uso do micro-ondas para fazer e aquecer refeições só compensa se for para uma ou duas pessoas. A partir daí, sai mais barato confeccionar tudo junto, no fogão!
12- No forno, os alimentos assam mais rapidamente em recipientes de pirex ou de cerâmica (estes materiais retêm mais calor), economizando tempo e energia.
13 - Não vos falo em aproveitamentos de cascas e vegetais porque a minha família tem hortas e animais de capoeira, que comem estes desperdícios.
Alerto-vos antes, para a poupança ao congelar vegetais, quando têm em excesso, para evitar que se estraguem.
Quase todos os vegetais podem ser congelados, passando por um prévio processo de branqueamento (consiste em lavar bem os alimentos e cortá-los em pedaços pequenos. Depois, colocá-los numa panela de água a ferver e esperar até que a água ferva novamente com os vegetais dentro. Esperar 2 minutos e retirar os alimentos colocando-os de imediato num recipiente com água gelada e aguardar mais 2 minutos ou até os alimentos estarem completamente gelados. Escorrer a água e separar os vegetais em pequenas porções e congelar).
E uma última dica: têm familiares ou vizinhos com hortas e pomares? Ofereçam-se para ajudar na colheita. Vão ver que regressam a casa com a bagageira cheia...
E vocês, que dicas me poderão dar para enriquecer esta lista?
Há semanas Obikwelu, tão velozes que nem damos por elas.
Mas esta minha semana, fechada em casa e em repouso, parece a crise... demooooora tanto a passar!
Quando a saúde é a principal carta do baralho, uma semana em que não se passa nada, é uma dádiva.
SEGUNDA
Lá fiz a minha cirurgia às varizes, com anestesia geral.
O anestesista ainda me perguntou se queria epidural mas nem hesitei...cortem-me as veias todas mas sem eu perceber que anda uma ténia a subir e a descer dentro das minhas pernas!
E lá acordei bem disposta. Sem qualquer efeito secundário da anestesia.
TERÇA
Tive alta de manhã e já almocei em casa!
E o resto do dia foi para dormir e receber mimos de toda a gente.
Estão-me a habituar mal, pessoal!
QUARTA
Nada de dores. Nem precisei de comprimidos.
Dei alguma atenção ao blog e participei em vários passatempos que estavam pendentes.
QUINTA
Comecei a ficar farta de tanto repouso mas aguentei-me e não fiz qualquer asneira.
SEXTA
A minha filha veio passar o fim-de-semana.
Apesar de ter estado comigo na segunda-feira, no hospital, já estava a morrer de saudades!
E aqui continuo, entre a cama, o sofá e os 10 minutos de caminhada de hora a hora.
Não vos vou falar dos meus banhos esta semana, com uma perna dentro de um saco da Seaside (afinal a marca é apropriada, não acham?), apertado com um elástico e em cima do rebordo da banheira... era humilhar-me demais à vossa frente!
Apesar de não achar que faça sentido nesta fase da minha vida... seria mais do tipo:
Você não fica rico com o que poupa... poupa para conseguir pagar as contas
A verdade é que a crise fez-me repensar o modo de vida...e a concomitante entrada de uma filha na Universidade, a pagar quarto naquela cidade de luxo que é agora Lisboa, não é fácil. Mesmo para quem tem um rendimento acima da média nacional.
Para além disso, trabalhar com famílias carenciadas também nos obriga a descobrir ferramentas de trabalho que aproveitamos para aplicar na nossa vida. E eu trabalhei muito nesta área.
E assim, fui adoptando algumas rotinas de poupança que considero importantes e das quais já não abdico.
Ajudam-me a poupar dinheiro e o ambiente, que é outra das minhas batalhas, como já terão percebido.
Para as sistematizar, em meu benefício, vou enumerá-las em vários post´s temáticos:
Como eu poupo na cozinha
Como eu poupo na casa-de-banho
Como eu poupo na roupa
Como eu poupo no supermercado
Como eu poupo no tratamento das roupas
Como eu poupo nas férias
Como eu poupo nos presentes
Como eu poupo nas oportunidades da vida
Se vos interessar, comecem a acompanhar.
Na próxima-segunda-feira, publico o primeiro tema.