E eis que mais uma época de exames aparece no horizonte, como uma onda que varre a vida dos estudantes e dos pais.
Sim, se o stress dos alunos é grande, a cabeça dos pais também gira que nem um cata-vento.
E as dúvidas quanto à dose de exigência, motivação e confiança assombram a nossa relação parental.
Mentira?
Sou mãe de dois bons alunos, que nunca me deram quaisquer preocupações. Dos melhores alunos da escola (ó p'ra mim a babar-me).
Todavia, há angústias que ainda me tentam afogar. E dúvidas, muitas dúvidas sobre o meu papel de mãe...
Ser o melhor aluno da escola não chega
Não quero dizer que têm que ser os melhores do mundo.
Pelo contrário.
Ser o melhor aluno da escola pode significar rigorosamente nada.
O mundo lá fora é mais duro. Na Universidade, hão-de encontrar os melhores dos melhores. E hão-de descobrir dificuldades que desconheciam. E a frustração e a baixa-estima são um perigo ainda maior nestes casos...
Por outro lado, o facilitismo de se ser o melhor da escola é um pântano... pode não haver luta pela superação e não se desenvolvem competências para ultrapassar dificuldades. A espontaneidade com que se é bom aluno pode ser uma falácia mais tarde.
E, por último, há aquela coisa maravilhosa dos rankings das escolas que valem o que valem mas que me fazem crer que um bom aluno na escola do meu filho não é o mesmo que numa escola privada de Lisboa.
As exigências são outras e o nível de preparação é diferente. Garanto-vos por experiência própria!
Exigir ou confiar?
A grande queixa do meu filho é que eu o pressiono. Chateio-o para que estude e ele sabe perfeitamente o que precisa trabalhar. Tenho falta de confiança, diz ele, de cima dos seus 15 anos.
O certo é que, muitas vezes, a coisa corre menos bem. E lá me joga à cara que continua a ser o melhor e as outras mães ficam felizes pelas positivas à rasquinha dos filhos.
Será que estou a ser demasiado exigente?
O meu receio - que partilho com ele - é que daqui por 3 anos, quando entrar na universidade e lhe cair a coroa de melhor aluno, não vai ter hábitos de estudo para entrar na batalha.
Há vida para além dos livros
Acredito que as actividades que lhes dão prazer ajudam a melhorar o desempenho escolar.
Se nós precisamos de descomprimir do trabalho com algo diferente, eles também precisam. Mesmo com notas más!
Desporto, jogos de computador, passeios, desde que em dose equilibrada, só acarretam benefícios.
Como motivar?
Posso estar redondamente errada e pedagogicamente incorrecta mas aquilo que sempre transmiti a ambos (uma com as dificuldades de um curso universitário exigente e o outro ainda com as facilidades de tirar boas notas sem esforço) é:
Não têm que ser os melhores. Têm que fazer o melhor que conseguem. Com muita calma.
Para que, mesmo que o exame não corra bem, sintam orgulho do esforço feito e, de consciência tranquila, vão à vidinha deles, descomprimir como quiserem...
E já faltam menos de 30 dias para começar a Feira Internacional de Artesanato de Lisboa!
Um espaço que concilia o melhor do nosso artesanato com a gastronomia tradicional portuguesa.
Este ano, o Município convidado é a Pampilhosa da Serra.
O país estrangeiro é Marrocos.
Isto promete, senhores!
A FIA congrega artesanato internacional com o que de melhor se faz no nosso país. Para todos os gostos, tendências e materiais.
Para além disso, várias marcas promovem workshops onde podemos participar.
Confesso que os meus olhos ganham um brilho diferente e sinto-me flutuar na imensidão destes pavilhões.
Para mim, isto é o verdadeiro paraíso na terra.
Visito, inspiro-me, troco impressões, compro tecidos a preços imbatíveis no Planeta dos Tecidos (espero que esteja novamente presente) e não saio de lá sem um petisco no pavilhão dedicado à gastronomia.
No ano passado, o meu "prémio de espanto" foi para este rapaz, da costa vicentina, que faz verdadeiras obras de arte em rede de galinheiro!
A criatividade não tem limites, pois não?
Mesmo para quem não padeça de artesanite crónica (como eu), é um bom programa familiar, que recomendo.
Vêem-se peças espectaculares, que nos deixam perplexos.
E pode ser uma boa oportunidade para pensar nas prendas do próximo Natal.
Vai uma dica?
Por esta altura, começam a surgir sorteios em vários blogs, que oferecem entradas grátis.
Há alguns dias atrás, quis o destino que eu tivesse que ficar "pendurada" algumas horas lá para os lados do Carmo.
Sentei-me a ver a imensidão de turistas que por ali deambulavam.
Depois, um soldado da GNR fardado à moda antiga, despertou-me a curiosidade.
E foi assim que descobri que o quartel do Carmo tem uma exposição GRATUITA até ao final do mês, que cruza a história da GNR com a do Convento das Carmelitas e, inevitavelmente, com a História de Portugal.
Foi neste espaço, agora ocupado pela GNR que muitos eventos históricos se passaram.
A célebre expressão "Cai o Carmo e a Trindade", alude aos efeitos devastadores do terramoto de 1755, que transformou em ruínas grande parte deste convento.
D. Nuno Álvares Pereira recolheu-se aqui nos últimos anos da sua vida. Onde morreu e ficou sepultado.
São também estas paredes que contam grande parte da Revolução de 25 de Abril. Aliás, foi aqui que Marcello Caetano aguardou pacientemente a sua partida para o exílio.
E foi aqui que entraram talvez as únicas balas disparadas durante a revolução.
Poltrona onde Marcello Caetano aguardou a saída para o exílio
Mas a exposição pretende também retratar a evolução da GNR em todas as suas vertentes.
E em modo interactivo, que fará as delícias dos mais jovens. Podemos entrar numa mina de volfrâmio, explorada durante a 2ª Guerra Mundial ou numa trincheira da 1ª Grande Guerra, onde é possível ouvir os sons dos disparos.
Há ainda muitos tesouros históricos, desde porcelanas às partituras do hino nacional - A Portuguesa - e da Maria da Fonte, às espadas, ao relicário onde estiveram guardados os restos mortais de D. Nuno Álvares Pereira e à Imagem da Nossa Srª do Carmo, Padroeira da GNR.
Relicário onde estiveram os ossos do Condestável
Nª Srª do Carmo, padroeira da GNR
Tive a sensação de que o Carmo se levantou com 600 anos de história e se entranharam em mim. Relembrei e aprendi, com o apoio de legendas bem feitas e rigorosas.
Mas não acabei aqui. O quartel está aberto ao público e é possível continuarmos o percurso pelos imensos corredores que normalmente estão vedados aos civis.
Pelo que o meu pasmo continuou ao observar os painéis de azulejos que ladeiam esses corredores.
Continuo, quase com receio de estar a entrar por zonas proibidas mas os guardas incitam-me a subir a escadaria até à janela.
Vou até lá.
A janela é grande.
Já agora espreito...
E eis que Lisboa surge à minha frente, contrastando com um azul imenso do céu e do Tejo.
Eu sei que sustive a respiração com o impacto.
É esta a "janela virada p'ro mar"!
Não esperava aquela vista.
Só por ela, teria valido a pena entrar no edifício!
Lisboa é mágica. É menina e velhinha, com beleza que não desfalece.
A janela (e a exposição) vão fechar no final do mês.
Se não têm programa para o próximo fim-de-semana, é para lá que vos aconselho a ir.
Garanto-vos que vai valer a pena!
E visitei ainda as ruínas do Convento do Carmo mas esse espaço já não é segredo para ninguém.
Se querem uma experiência sensorial diferente, assistam ao espectáculo multimédia que aí decorre durante a noite.
Aliás, há um passatempo a decorrer que oferece bilhetes duplos (carreguem na foto para aceder)
E podem ver mais fotografias da minha visita aqui no facebook do blog.
Basicamente, porque tenho uma face principal, do dia a dia. Depois, a costura criativa cresceu de tal forma na minha vida que se transformou numa segunda face.
Ter coragem para partilhar um pouco de mim num blog através daquilo que já estava arrumado no sótão dos desejos – a escrita – foi mesmo uma 3ª face que destapei.
Porque decidiste partilhar essa escrita nesta Blogosfera?
Como terapia. Para continuar a dar trabalho aos neurónios, na minha nova carreira profissional – emprateleirada.
O que tens aprendido com o teu Blogue?
A descobrir-me.
A organizar pensamentos.
E, surpreendentemente, a reduzir a minha pegada ecológica!
Qual a melhor coisa que o blog te trouxe?
Prazer.
Pensar em temas, utilizar a criatividade para tentar escrever de modo apelativo tem sido muito gratificante.
E algumas amizades virtuais que entretanto criei.
O que a vida melhor te ensinou?
Quando se fecha uma porta, temos que furar uma janela.
Gostas mais de línguas ou matemática?
Línguas (faladas). Para comer, não!
Qual foi a pessoa que mais te marcou?
Um tio. Pela capacidade de aprender sozinho e ser uma verdadeira enciclopédia viva.
O que gostarias de fazer quando fores "grande"?
Viajar muito.
Qual é o teu maior sonho?
Que os meus filhos sejam felizes.
Onde pensas que estarás daqui a 20 anos?
Ora bem: quase com 70 anos? Espero estar numa auto-caravana com o meu marido, aí pelo mundo. Talvez no vale do Loire ou nos Alpes...
Se um génio te desse 3 desejos, quais seriam?
1º) Saúde física e mental para todos, o que só por si, já garantiria a paz no mundo;
2º) Que os meus filhos encontrem o seu caminho na vida e saibam ser felizes;
3º) Que me saísse o euromilhões. Para mandar algumas coisas às urtigas e ajudar umas quantas dúzias de pessoas.
...........
Em resposta à segunda nomeação em atraso da 1 mulher, que eu também agradeço e imploro perdão pela atraso, aqui vão as respostas:
Como te vês daqui a 10 anos?
Com mais rugas e com um neto ao colo, para estragar com mimos.
Qual a viagem mais especial, que já fizeste?
Viajar é sempre especial e é difícil escolher uma. Talvez Paris, que foi a última e era um desejo de muitos anos.
Como lidas com as injustiças?
Se puder intervir, chego-me à frente (o que me tem causado dissabores). Se estiverem acima de mim, pelo menos falo delas.
O teu trabalho realiza-te?
Neste momento...martiriza-me só de pensar nele.
És feliz?
Indubitavelmente, SIM!
A felicidade constrói-se com pequenos retalhos que juntamos na vida. Não é um acontecimento grandioso e espontâneo que nos cai em cima.
Qual a maior loucura que já fizeste e porquê?
Criar este blog! Porque me apeteceu! Já tenho tanto que fazer no tempo livre e fui arranjar mais lenha!
Como passas o teu tempo livre?
Qual tempo livre? Entre gerir uma casa, ajudar os filhos, a máquina de costura e o blog...durmo umas horinhas.
Qual o teu maior defeito?
Valorizar demais os meus defeitos e esquecer-me das qualidades
Qual é o melhor presente que te podem/poderiam oferecer?
TEMPO
Qual a tua maior qualidade?
Conseguir calçar os sapatos dos outros (metaforicamente falando).
Que pergunta gostarias que eu te fizesse, e não fiz?
Recuavas no tempo?
E a resposta é não.
Se a vida tivesse um comando de rewind e forward perdia a sua essência.
.....
Em resposta ao desafio do blogdealgo, aqui ficam as 11 respostas para a querida Alexandra:
1 – Cortavas o dedo mindinho por 100 milhões de euros?
Até por 1 milhão.
Um dedo mindinho não me faz tanta falta como 100 milhões.
E muita gente iria ficar com problemas resolvidos.
2 – Se pudesses eliminar uma pessoa da face da terra quem seria e porquê?
Não sou egoísta ao ponto de eliminar a pessoa que mais me prejudica.
Eliminava aquela que mais prejuízos está a causar à humanidade. Difícil é escolher só uma. Se me dessem oportunidade de eliminar meia dúzia...
3 – Qual a pior mentira que já disseste a alguém?
A maior eu sei: disse a alguém que estava a morrer que deveria acreditar nos médicos e confiar que iria melhorar.
Mas não creio que fosse uma mentira má. Foi para tranquilizar.
4 – Tens algum arrependimento na vida?
Vários. Mas pequeninos. Nada de relevante que me dê vontade de voltar atrás para mudar.
5 – Se soubesses que tinhas dois meses de vida o que farias?
Viajava. Fazia uma grande festa com a família e amigos. Escrevia uma longa carta aos meus filhos. Lia os livros que tenho para ler.
6 – Como gastavas os 100 milhões de euros sem o mindinho?
Pagava a minha casa e comprava outra em Lisboa.
Viajava...até me fartar.
Ajudava várias pessoas que precisam.
Investia em negócios onde pudesse envolver pessoas que necessitam de emprego e têm competências.
7 – Se o mundo estivesse para acabar e tivesses de escolher entre salvar a raça humana e a pessoa que mais amas no mundo quem salvarias?
A raça humana.
De que servia salvar a pessoa que mais amo para ficar sozinha neste mundo?
8 – Já alguma vez sentiste que ias morrer? Quando?
Não, por acaso nunca passei por isso.
9 – Tens algum sonho por realizar? Qual?
Tantos! Fazer algumas viagens, escrever um livro, ver os meus filhos felizes, ver alguns concertos, não ter que esticar o orçamento todos os meses...
10 – Tens alguma “mania” pela qual és conhecido (a)? Qual?
Não é bem mania...mas é chorar a rir. Acontece-me sempre.
11 – Se pudesses mudar uma coisa no mundo, o que mudarias?
Só seria governante quem conseguisse colocar os interesses colectivos acima dos individuais (eu sei que ficávamos sem governantes, mas não custa sonhar...)
E como penso que este desafio já circulou por toda a blogosfera, não vou nomear mais ninguém.
Quero apenas agradecer mais uma vez às pessoas que se lembraram de mim e àquelas que corresponderam às minhas nomeações.
Conhecem alguém que, enquanto aguarda para ser chamado para o bloco operatório, adormece tão profundamente que, quando a enfermeira entra para lhe dar um sedativo e um relaxante a encontra assim
E tem que a acordar?
Pelo menos aquela não...até me conhecer a mim!
Triste fado o meu: ser acordada de um sono profundo para engolir um comprimido para dormir...
Descobrir que vamos ser pais é algo mágico mas também assustador.
Vamos estar à altura das responsabilidades?
E entender as necessidades daquela miniatura para quem queremos dar o melhor do mundo?
E a educação?
E gerir as fases do não e as birras?
E a nossa exaustão?
E a relação conjugal, onde fica no meio deste turbilhão?
Há quem faça cursos de formação parental.
Há quem compre quilos de livros e enciclopédias sobre bebés e pedagogia infantil. Ou passe horas em pesquisas na net.
E, quando a exaustão nos desgasta os carretos, lá marcamos uma consulta de psicologia...
Pois cá eu, descobri uma terapia alternativa, no corredor de uma livraria.
Pouco depois da minha filha nascer (já lá vão 21 anos), folheei um livrinho de banda desenhada com um título sugestivo: "O parto não é a pior parte".
A história de um jovem casal acabadinho de ter a primeira filha encaixou em todas as minhas desgraças. Ou vice-versa.
E em vez de chorar pelas minhas falhas, comecei a rir por descobrir que elas estavam todas satirizadas na vida da Wanda MacPherson.
Desde esse dia, todos os meus grandes problemas da maternidade ficam reduzidos a uma tira cómica da colecção Baby Blues.
Verdadinha. Está lá tudo: as dúvidas, as doenças, as noites mal dormidas, as saídas a dois adiadas ou interrompidas, as birras, as más respostas, as manhas...
Às vezes, quando estava mesmo irritada ou me sentia a pior mãe do mundo, deitava-me na cama com um dos livros. E rapidamente ressuscitava.
O meu marido acredita que a dupla de autores colocou câmaras ocultas cá em casa e tem-se inspirado na nossa vida...
Tenho 34 volumes.
A colecção toda, achava eu.
Ontem, quando acordei de uma anestesia geral, tinha a minha filha com um presente na mão.
O volume 35 já saiu!!
«Bateria fraca»
Nem de propósito.
Como poderão calcular, a minha recuperação está a correr entre gargalhadas.
E não se admirem que eu vá continuando a ilustrar post's com tiras de Baby Blues.
Não dá para resistir!
Aos pais estoirados, aconselho a leitura.
E é sempre um bom presente para oferecer a casais com filhos.
Vai evitar muitos telefonemas com lamúrias. E alguns divórcios.