Fico de mau humor, sobretudo, quando o despertador me acorda à segunda-feira e eu penso que vou recomeçar a girar a minha roda de hamster...e não fiz nem metade do que tinha idealizado para o fim-de-semana.
A bênção das fitas em Lisboa é já no próximo dia 19 de Maio.
Decerto, será um momento inesquecível para os finalistas e para os familiares que vão estar presentes.
É o culminar de um longo percurso. O começo de outro. Talvez ainda mais difícil.
Porém, se é a primeira vez que vai assistir à cerimónia, deixo aqui 10 curtos conselhos para que este dia não fique na memória por maus motivos:
1º) Leve água
Os pontos de venda são sempre poucos para tanta gente.
Já sabe que vai lá estar algumas horas. Sem sombra e com muito calor.
Não corra o risco de desidratar.
(Já agora, reutilize garrafas e não as abandone no final. Coloque-as no ecoponto, se for o caso)
2º) O chapéu é obrigatório
As temperaturas estão elevadas e vai estar imóvel durante umas longas horas.
Um chapéu vai prevenir várias danos corporais, como insolação, enxaqueca, constipação...
3º) Vista roupa e sapatos confortáveis
A cerimónia na Alameda da Universidade não é de gala.
Vai ficar no relvado, provavelmente de pé, demasiado tempo para roupa justa e sapatos apertados.
Se levar os braços descobertos, será melhor enfiar na mala uma echarpe. Se o sol for abrasador, pode salvá-la do primeiro escaldão do ano!
E será sempre mais fácil sentar-se no relvado, quando as pernas fraquejarem.
4º) Éobrigatório o uso de protector solar
Pelos motivos que já expliquei acima.
5º) Leve um banquinho
Sobretudo, se a família integrar pessoas mais velhas ou debilitadas.
Vai ser penoso passar tantas horas em pé, a tentar avistar o/a finalista no meio de tanta capa preta.
6º) Prepare um merenda
Sobretudo se vai de longe e tomar o pequeno-almoço cedo!
Nem que seja um pacote de bolachas...vai salvar-lhe o dia... para além de evitar gastar um balúrdio na pouca comida que vão vender lá perto!
7º) Cuidado com os carteiristas
Em grandes ajuntamentos, todo o cuidado é pouco.
Não descure a segurança dos seus bens. Apesar do policiamento, nunca se sabe. E a ocasião faz o ladrão...
8º) Vá cedinho
Se vai de carro e quer estacionar nas proximidades.
O estacionamento vai esgotar num raio de vários quilómetros e o trânsito estará condicionado na zona.
9º) E o almoço a seguir à bênção?
Se a família quer ir festejar num restaurante, é melhor reservar com antecedência.
Na zona,vão estar milhares de pessoas esfomeadas à procura um local para comer.
10º) Se o restaurante não é opção, pode preparar um bom farnel - acondicionado numa geleira - e desfrutar de um agradável pique-nique no jardim do Campo Grande.
Cá para mim, é a melhor opção!
Um feliz dia e um futuro brilhante a todos os finalistas que estão prestes a terminar esta etapa!
OBS: as fitas deste post foram feitas por mim. Pode ver mais aqui
A malta jovem que me desculpe, mas namorar agora não tem graça.
Não precisam inventar trabalhos de grupo para sair de casa, procurar as ruas escuras para um beijo mais prolongado, ter amigos que tapem as escapadelas matreiras.
No meu tempo, menina de boa família não namorava na sombra.
Também já não precisava ficar no poial da porta, com a mãe à janela. Ou aproveitar o bailarico para um encosto mais atrevido.
Eram os fabulosos anos 80 da província e a “descaradice” dos tempos modernos eram aceites apenas nas telenovelas.
Ora eu, moça muito séria (?), tinha uma amiga que começou a namorar por volta dos 16 anos.
Às escondidas, pois claro.
E eu, como qualquer boa amiga que se preze, assumi ser pau-de-cabeleira para que o casalinho tivesse alguns momentos a sós.
Mas amizades destas são para retribuir e o namorado da minha amiga (também amigo meu) arranjou um amigo para me fazer companhia…
…
Estávamos em 1987. E era Inverno.
No primeiro mês de 1988, os dois paus-de-cabeleira demitiram-se da função.
Passaram a namorados, quase por brincadeira.
Os meus amigos, alguns meses depois deixaram de precisar de nós.
Terminaram o namoro.
Voltaram a ver-se a 14 de Maio de 1994.
No dia em que estes dois paus se entrelaçaram .
Há 24 anos que, isto de ser árvore, continua.
Há dias em que a sombra escurece as folhas. Outros em que o sol até se espelha no tronco sólido.
Que uma árvore precisa de todas as estações para fortalecer.
Eu, que cheguei virgem ao ecran da televisão, sem ter acompanhado os preparativos da Eurovisão e as semi-finais, também tenho opinião!
Não consegui seguir as etapas que culminaram na noite de ontem.
Fui acompanhando algumas notícias e opiniões, sobretudo aqui na saposfera.
Pois que outras pessoas terão uma visão aprofundada sobre o que se passou.
Eu, apenas tenho uma pequena opinião - que é só minha - e que não foi influenciada a priori.
E apenas quero salientar quatro coisitas:
1º) O nível de qualidade das canções foi muito elevado. Soberbos, alguns efeitos cénicos que complementaram as actuações (o vestido da concorrente da Estónia...uau! A voz...uau...mas muito ecléctica para um festival, confesso).
Todavia, a canção que me fez arrepiar até à medula foi a dinamarquesa!
Eu não vi ali apenas uns tipos barbudos.
Vi uma nação inteira. Vi, lá atrás, uma cultura que se entranhou numa boa canção, protagonizada por boas vozes.
Vi os barcos vickings a entrarem pelo Tejo, senti o frio de uma tempestade polar.
Isto, para mim, é que é uma verdadeira canção de um festival internacional. Conseguir transportar nos acordes a história e a especificidade de um povo.
Foi isso que, há um ano atrás, vi num pequeno rapaz debilitado: o Salvador!
Parece que o mundo não caiu de amores pela minha favorita.
Cá para mim, foram assombrados pelo fantasma das invasões bárbaras...
2º) A prestação portuguesa foi penalizada pela EDP (ou algo do género).
A canção era bonitinha mas ficou às escuras. Faltou brilho, emoção.
As meninas não emanam luz como o Salvador Sobral e nunca conseguiriam encher um palco daquelas dimensões tão sozinhas e quedas. Há coisas que só resultam um vez e apenas com uma determinada pessoa.
Para além disso, achei que as vozes ficaram abafadas pela parte instrumental, demasiado alta.
Precisavam de maior destaque.
Tenho muita pena, por isso.
Não mereciam o último lugar.
3º) Não concordei com a vitória.
Ainda me lembro das palavras do Salvador, quando recebeu o prémio, em 2017: music is feeling, it ins't fireworks.
Este ano, ganhou o fogo de artifício.
E quanto àquilo que opinei no ponto 1...retiro o que disse! Não acho que Israel seja um galinheiro. De todo!
E respeito a decisão do júri. Sobretudo dos muitos milhares que pagaram sessenta cêntimos + IVA para votar.
4º) O que mais lamento?
Que o Salvador não tivesse voltado a concorrer com o Mano a Mano. Nem precisavam desmontar o palco, que para o ano estávamos cá outra vez.
Foi o MOMENTO da noite.
A perfeição é pura simplicidade, senhores! Aliada ao talento.
Que emoção!
E, para quem não tinha muito para opinar, já me estou alongaaando.
Apenas quero deixar, para memória futura, que me sinto orgulhosa de ser portuguesa. A produção foi soberba. As apresentadoras não foram vergonha para ninguém, apesar das críticas mesquinhas que por aí circulam.
Lisboa soube acolher, em cada esquina, este evento que me parece renascido.