Já pensei, pensei, e não me recordo de ter aconselhado aqui no blog algum produto para comprar.
Mas hoje, não resisto a dar-vos a minha opinião sobre uma garrafa de água que encontrei à venda no Lidl.
Já a tinha visto no folheto e despertou-me a atenção mas, muitas das vezes, as fotos favorecem os produtos pelo que hoje, quando fui ao supermercado, quis vê-la ao vivo (termo simpático para quem abriu a embalagem, abriu a garrafa para ver por dentro e experimentou a tampa)
A garrafa é feita em alumínio, muito leve e a única parte de plástico é a tampa, que me parece de fácil utilização para as crianças, seja para beber seja para encher. Tem uma boa capacidade -600 ml-, que julgo ser ideal para levar numa mochila ou lancheira escolar.
Uma garrafa destas evita as tradicionais embalagens plásticas (mesmo as reutilizáveis ficam sempre com um sabor a detergente quando as lavamos, verdade?) e já todos percebemos que é urgente diminuir o desperdício e o plástico descartável.
Para além disso, tem uns desenhos e cores irresistíveis, seja nas versões "côderosa" seja nas azuis.
E ainda tem um campo para personalizar com o nome do utilizador.
O preço? 2,99 € e é bem capaz de durar uma vida inteira.
Cá p´ra mim, é uma boa aquisição como complemento do material escolar!
(Se quiserem ver todas as versões, carreguem na foto)
A minha escolha relativa aos livros que toda a gente deveria ler está a suscitar alguma curiosidade.
Espero não cometer nenhuma ilegalidade mas encontrei a versão em PDF, que vou aqui partilhar.
Após um sábio conselho da autora do Descontos (obrigada, mais uma vez), optei por retirar a partilha da versão em PDF que encontrei disponível no Google (embora baste fazer a pesquisa ela aparecer).
E já agora acrescento ainda:
que não há nada como ler um livro destes em papel!
É difícil aconselhar livros que agradem a toda a gente.
Apaixonamo-nos pelos livros pelo seu conteúdo mas também pelo que vemos neles. E isso é uma relação muito pessoal.
Por isso, optei por nomear apenas dois livros.
Duas formas magníficas (e tão diferentes) de descrever aquilo que deveríamos ser ... e o que somos, enquanto seres humanos.
O Principezinho
Provavelmente também fará parte das vossas escolhas.
É inevitável sugerir esta lição de vida, que nos oferece um reencontro com o amor puro.
Escrito de uma forma tão terna e cativante que resiste a todas as gerações.
O Papalagui
Não sei se conhecem. Foi escrito há um século... e todavia tão actual!
Os Papalagui, para a tribo samoana da aldeia de Tiavéa, são os homens brancos, os estrangeiros.
Este livro, escrito por Erich Scheurmann, em 1920, resulta de uma colectânea de discursos de Tuiavii, chefe dessa tribo do Pacífico Sul e oferece‐nos um relato impressionante e sincero a respeito da civilização ocidental.
Depois de uma visita à Europa, Tuiavii regressa à sua ilha natal e escreve vários discursos com a finalidade de dar a conhecer ao seu povo os usos e costumes da sociedade ocidental.
Li-o em criança e nunca mais o esqueci. Foi o primeiro confronto que tive com as incongruências da nossa cultura.
(Já agora, para as gerações mais novas, acrescento que a Lena d´Água fez grande sucesso com uma canção homónima, na década de 80)
Aqui fica um pequeno excerto do livro:
O Papalagui está sempre a pensar. Pensa para não ficar estúpido, de modo a que os homens se instruam para delimitar a altura de uma palmeira, o peso de uma noz de coco, os nomes de todos os chefes de uma tribo. Entretanto passa a vida a pensar, mas nunca presta atenção às coisas que mais precisa. Enquanto queria pensar sobre o sol, passava a vida escondido dele.
as que se contorceram pelo canal do parto para cá chegar.
As primeiras convenceram-se que vivem manipuladas e tudo o que lhes acontece é por vontade do destino.
Não vale a pena contrariá-lo.
As segundas acreditam que conseguirão controlar cada minuto da sua vida e tudo o que venha a acontecer é consequência do seu esforço ou dos seus erros.
Enganam-se os dois.
Um dia, uma mulher que amava o seu trabalho, foi colocada noutras funções sem qualquer justificação.
Das quais não gostava, não tinha especialização nem a mínima apetência.
Descobriu o que era a prateleira.
Revoltou-se e fez da sua missão de vida a vingança, colocando posts no Facebook, criando perfis falsos para insultar quem a tinha maltratado.
Qualquer tema de conversa servia para focar o tema da injustiça, da vitimização, na esperança de que um raio celeste viesse resolver o problema.
Ao fim de um tempo, cansada de esperar por esse castigo divino, deprimiu, foi pedindo atestados médicos e fechou-se em casa, pensando cortar os pulsos cada vez que se imagina a regressar ao trabalho.
.......
Nesse mesmo dia, outra mulher que amava o seu trabalho, foi colocada noutras funções sem qualquer justificação.
Das quais não gostava, não tinha especialização nem a mínima apetência.
Descobriu o que era a prateleira.
Recusou fazer o trabalho humilhante que lhe queriam impingir e ficou dias a fio sem nada para fazer.
Decidiu que a sua vingança seria ficar bem.
Aproveitou os recursos que tinha: um computador com internet na secretária e a cabeça totalmente disponível.
Começou a explorar assuntos que lhe interessavam e que a falta de tempo sempre fizeram adiar.
Aprofundou dicas e ideias de artesanato.
Descobriu que existem passatempos na internet que premeiam a escrita criativa.
Passou a canalizar o esforço mental para aí e os prémios começaram a surgir.
Inscreveu-se em sites de inquéritos e estudos de opinião, que até dão recompensas monetárias. E ocupam o tempo.
Pelo caminho, cruzou-se com a blogosfera, coisa que até então nunca tivera tempo de explorar.
Ao fim de dois anos, criou o seu próprio blog.
Não está propriamente a concorrer aos Blogs do Ano mas a escrita diária dá-lhe uma genica mental e um prazer que há muito não sentia.
E auto-estima. Bastante! Então quando o Sapo lhe concede honras de destaque, tem sabor de euromilhões!
O prioritário é que se mantém activa, serena, com objectivos positivos e um sorriso na cara.
Não tarda, o mundo dará a volta. Como sempre...
...a vida é 90% de como reages ao que te acontece...
Aceita o que não consegues mudar.
Mas podes sempre mudar para receberes o melhor da vida!
Já tinha explicado que o meu filho se transformou em morcego durante as férias.
Pois continua.
Ele até se tem esforçado por acertar os sonos mas diz que não consegue.
Adormece quando o Sol nasce. Acorda quando a Lua pede licença para aparecer.
Eu, que até sou uma mãe tranquila, já teria desistido de me chatear. Não tarda a escola recomeça e a carruagem volta aos eixos do costume.
Mas...
também sou filha de uma mãe que vive aqui ao lado e cuja missão de vida é assegurar que o "menino" não morre à fome!
A partir das duas da tarde (quando eu regresso ao trabalho) tenta acordá-lo.
Tem sucesso lá para as quatro da tarde e prepara-lhe o almocinho a essa hora, que leva até ao sofá ou à secretária do computador.
Às cinco e meia, quando eu volto a casa, está à porta à minha espera, com o chorrilho de lamúrias:
não me imponho...
o moço apanha uma doença...
isto não é vida...
o menino assim apanha uma fraqueza...
não o obrigo a comer à mesa (ler o sublinhado do parágrafo anterior)...
não faz mais nada durante o dia à espera que ele acorde...
anda doente à conta disto...
está uma carga de nervos...
anda a vê-lo mirrar...
Ontem, depois de mais uma noite em claro, o "menino" decidiu acertar os sonos e não se deitou.
Esteve no computador até à hora do almoço e comeu à mesa comigo.
Desconhecendo a razão, a avó estava super-feliz, julgando que o seu menino tinha acordado a horas decentes.
Às cinco, quando cheguei a casa, fui vê-la e continuava contente: até tinha conseguido dormir a sesta!
Quando entrei na minha casa, não ouvi o meu filho.
A porta do quarto estava fechada e presumi o inevitável: que tivesse adormecido, sem aguentar a directa.
Fui à casa-de-banho.
Raios, a desarrumação do costume!
Por mais que eu diga, o gaiato toma banho e deixa tudo desarrumado: o tablet desligado estava na bancada, a toalha no bidé, a roupa suja no chão, a cortina esticada, sinal de que não limpara a banheira!
A resmungar para dentro, puxo a cortina para dar uma chuveirada e retirar o tapete antiderrapante...
E...
Eu não mereço...
Nenhuma mãe merece...
...estava um corpo inerte dentro de água...
Eu dou um grito de pânico...
...ele arregala os olhos, volta a fechá-los.
O filho da mãe adormeceu no banho de imersão e eu, com o susto, se não sofri uma paragem cardio-respiratória, tive o diabo em cima de mim.
Esta semana, uma das minhas melhores amigas faz anos.
Estou aqui a pensar o que lhe irei oferecer...
Mas é melhor começar primeiro por relembrar o que já lhe ofereci... não vá repetir alguma coisa!
Por isso, foi inevitável percorrer os últimos anos da minha vida. Tanta coisa mudou!
Sempre gostei de lavores (parece que a palavra caiu em desuso, não foi?)
Aprendi bem cedo a fazer crochet. Por teimosia, porque a minha mãe convenceu-me que eu nunca iria aprender (afinal ela é que não me conseguiu ensinar).
Com 8 anos decidi, por minha iniciativa, aprender a bordar durante as férias.
Ainda uso, na cesta do pão, o meu primeiro trabalho.
Depois aprendi tricot com a minha mãe mas ela só sabe os pontos básicos e não fui além de umas luvas, perneiras e algumas camisolas simples.
Quis aprender a costurar. Com muita insegurança, ainda fiz um saco do pão, que continuo a usar e já mostrei aqui.
Mas, desta vez, a minha mãe convenceu-me mesmo de que não tinha jeitinho nenhum. E, de facto, era muito difícil coser a direito! Pouco depois a máquina avariou e acabou-se a costura.
Já maior, ainda fiz algumas peças para o enxoval, principalmente em ponto cruz e renda.
Mas a faculdade, o amor, e um admirável mundo novo, cheio de amigos e coisas giras, chamaram-me para outros interesses.
Comecei a trabalhar e a ganhar dinheiro e é sempre mais fácil comprar aquilo que gostamos, seja para nós, seja para oferecer...
Depois de casar, ainda comprei uma máquina de costura mas ficou em casa da minha mãe e era ela que me desenrascava as bainhas das calças e pequenos arranjos.
Vieram os filhos e pouca coisa criei com as minhas mãos.
Da primeira vez, a barriga cresceu-me em paralelo com uma tese de mestrado e não havia tempo livre.
Com o segundo filho, já somos mães a tempo inteiro e não é fácil ter hobbies.
Mas por volta de 2013, a crise caiu-nos em cima e o nosso rendimento diminuiu bastante, lembram-se?
O desemprego aumentou, ficámos sem os vencimentos suplementares e, mesmo na função pública, o vínculo deixou de estar garantido.
Foi preciso mudar comportamentos e travar gastos.
E eu, que sempre adorei oferecer presentes, fiquei sem orçamento para continuar a mimar as (muitas) pessoas de quem gostava.
Um dia, decidi comprar dois pedaços de tecido para experimentar fazer umas capas para cadernos, que se tornaram moda.
Treinei a costura a direito, depois o zig-zag. Experimentei moldes, descosi quando ficou torto...
E fui-me entusiasmando. E ganhando segurança e experiência.
A internet e o Google foram os meus melhores professores. Ainda são...
Em 2013, quando esta minha amiga fez anos, ofereci-lhe um presente feito por mim. Pela primeira vez!
Um caderno, uma bolsa para o telemóvel e outra para os lenços de papel.
Estamos em 2018 e muita coisa evoluiu.
Dos presentes oferecidos, começaram a surgir algumas encomendas.
Fui apurando os conhecimentos e as técnicas.
Apaixonando-me cada vez mais por tecido e fitinhas.
Cada encomenda diferente tornou-se um desafio que sempre consegui superar.
Em 2016, farta de perder tempo a bordar à mão e com uma avaria na máquina, investi o meu lucro desse ano numa máquina de função dupla: coser e bordar.
Não posso dizer que é um part-time porque quase tudo o que ganho aplico na compra de novos materiais (e aqui em casa gozam com o valor irrisório dos meus preços)...
Mas, pelo menos, mantenho a minha paixão com orçamento autónomo.
Já participei em alguns mercadinhos de artesanato.
Abri actividade nas Finanças, passo factura.
Uma das últimas encomendas foi um conjunto para um pequeno pirata: Uma mochila (tive que fazer o molde), uma capa para o boletim de vacinas e uma bolsa para a higiene oral (com mini-toalha a condizer).
Se, em 2012, me dissessem que iria conseguir fazer isto, a barrigada de rir que eu não iria apanhar!