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A 3ª face

Seg | 01.10.18

Marcha atrás

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Crédito

 

Recua.

Um passo para trás.

Depois outro.

 

Recusa a palhinha. Tu sabes sorver.

Precisas mesmo de levar as bananas nesse saco de plástico?

E a miniatura do creme que levas para o ginásio? Dá-te assim tanto trabalho voltar a encher?

E dentro da mala? Já usas a garrafa de água reutilizável?

 

É a pegada ecológica que temos de reduzir.

Que o mundo não estica como as tuas calças de microfibra, feitas do mesmo plástico das tuas embalagens.

Às vezes, o futuro não se faz de avanços.

Conquista-se em passos de marcha atrás...

 

Texto inserido no Desafio da escrita.

Palavra do dia 1: Pegada

 

 

 

Seg | 01.10.18

Desafio da escrita

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A Totó lançou aqui este desafio de escrita criativa.

Um pequeno texto ou citação por cada dia do mês de Outubro.

 

É pá! Eu gosto disto.

Que me apresentem um tema para eu escrever.

Por isso participo em tantos passatempos com frases criativas.

 

Estou contigo, Totó.

Mesmo que não escreva todos os dias, compenso nos seguintes.

Vamos lá ao primeiro, já a seguir.

 

 

Seg | 01.10.18

E tu, o que queres ser quando fores velho?

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Eu já sabia.

Da leitura técnica.

Da observação empírica.

Mas ouvido na primeira pessoa tem sempre outro impacto.

 

Há uns anos, co-organizei um seminário sobre envelhecimento activo.

Na discussão sobre os oradores a convidar, alguém sugeriu um médico octogenário, que ainda exercia.

Ele veio.

Cheio de sentido de humor, explicou a dificuldade em levantar-se todas as manhãs. Uma dor aqui, um músculo preso acolá, uma articulação a estalar...mas levantava-se. Há muito que aceitara que o corpo envelhece e é necessário respeitá-lo e aprender a viver com as dores e incapacidades. Sinal de que continuava vivo.

Ainda dava consultas, sim. Diariamente. Levantava-se para isso. 

 

Mas o que eu mais recordo do seu discurso foi outra coisa.

Este médico exercera medicina do trabalho numa grande empresa durante muitos anos.

Acompanhava os trabalhadores, conhecia-os por fora...e por dentro.

E uma das suas preocupações era preparar-lhes a reforma.

Todos eles ansiavam por essa etapa de ouro: deixar de cumprir ordens e horários, descansar e fazer apenas o que lhes apetecesse. Tanta felicidade!

 

Todavia, os muitos anos de experiência ensinaram ao médico que existem dois tipos de trabalhadores:

- aqueles que não têm qualquer actividade pós-laboral, não desenvolvem um hobbie, não se inserem numa associação ou grupo de interesse.

- os que sempre desenvolveram uma actividade paralela, nem que seja uma horta, um desporto, a organização de um evento, um grupo coral...

 

Estes últimos, fazem umas férias prolongadas quando acabam a vida activa mas rapidamente são absorvidos por novas rotinas, aprofundam os hobbies, dedicam-se a um interesse novo ou antigo de modo mais aprofundado.

Continuam a queixar-se de falta de tempo mas vivem felizes.

 

Os primeiros, depois de desfrutarem do descanso inicial, entregam-se ao marasmo.

Sem horizonte, sem metas, sem motivos para acordar no dia seguinte.

Normalmente morrem ou desenvolvem qualquer doença incapacitante no prazo de um ano ou dois.

 

Por isso, este médico tinha o cuidado de ir percebendo se os pré-reformados "viviam" além do trabalho. Sugeria-lhes actividades, envolvia-os em eventos com antigos colegas. 

E defendia que é condição indispensável para a qualidade de vida dos idosos.

 

Em qualquer idade mas, sobretudo, na pós-reforma, a actividade motora e mental é indispensável para a nossa saúde física e mental.

Não há vida que resista ao vazio, à ausência de objectivos e de sonhos.

A velhice prepara-se hoje, aos 20, aos 40 ou aos 50 anos.

Ao aceitarmos que não seremos jovens para sempre.

Ao respeitarmos o nosso corpo.

Ao continuarmos a sonhar e a querer mais.

Sem parar. Até ao último minuto.

A isto se chama envelhecimento activo.

A isto se chama VIVER.

 

A Organização Mundial da Saúde define Envelhecimento Activo como o processo de optimização das oportunidades para a saúde, participação e segurança, para melhorar a qualidade de vida das pessoas que envelhecem.

 

E tu, já pensaste o que queres ser quando fores velho?

Seg | 01.10.18

Dia internacional do Idoso

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Celebra-se hoje o Dia internacional do Idoso.

Ainda não sou idosa. 

Aliás, nem sei se o virei a ser. 

Quando somos novos, achamos que nunca vamos envelhecer.

Depois, descobrimos que o corpo se desgasta, sim. Mas a mente não tem rugas nem atroses. E pode continuar jovem.

 

É um tema que me apaixona. A minha tese de Mestrado foi sobre Envelhecimento.

Gosto de idosos. O tabalho que, até hoje, mais me realizou, foi com idosos. 

 

Por isso, aproveito esta semana para dar luz a alguns posts que têm andado por aqui rascunhados.

Não são textos para velhos.

Nem sobre velhos.

Espero que sejam reflexões para todos nós. 

E reflexos de nós todos.

 

Daqui a pouco, sai o primeiro.

 Espero que gostem.