Há muito, muito tempo, não muito longe daqui, uma águia forasteira reuniu os pássaros de uma floresta e anunciou-lhes as boas novas.
Uma jovem princesa pretendia, como prenda de aniversário, o mais belo passarinho do reino e a águia fora enviada para o encontrar.
A vida do eleito mudaria para sempre. Passaria a viver no conforto do castelo, onde os repastos seriam as mais belas e douradas sementes daquelas terras.
Mas para além da beleza, o vencedor teria de demonstrar inteligência. Para que estivesse à altura da posição que iria ocupar. Ser o passarinho da princesa requeria maneiras e compostura.
Por isso, depois de escolher as aves com maior beleza, a águia lançou um desafio.
Dentro de uma garrafa estava uma palhinha seca. Quem a conseguisse tirar sem tocar na garrafa, seria o vencedor.
Todos os pássaros tentaram. Mas os de bico curto desistiram de imediato, por não conseguirem chegar ao fundo da garrafa.
Os de bico comprido enfiaram-no no gargalo mas não conseguiram abri-lo para agarrar a palhinha.
Foi nessa altura que regressou ao grupo um colibri, que se havia afastado depois de ouvir o desafio.
Trazia consigo uma velha casca de noz cheia de água, que derramou para dentro da garrafa. Voltou ao lago uma vez e outra, regressando sempre com a casca de noz cheia de água.
Até que a garrafa transbordou e a palhinha ficou a boiar junto ao gargalo.
O colibri, com o seu pequeno bico, facilmente a retirou, perante o pasmo de todos.
E foi o vencedor.
A águia combinou regressar na manhã seguinte para o levar para o castelo.
E todos invejaram a sua sorte.
Passaria a viver dentro das paredes do castelo, a servir a princesa e a satisfazer-lhe os caprichos.
E o colibri foi para o ninho a pensar em tamanha honra.
E eu não queria terminá-lo sem actualizar a minha rubrica sobre este tema.
Por isso, hoje convido-vos a visitar a minha casa-de-banho.
Lá, também poupo. Cada vez mais.
Não vou falar de duches rápidos, aproveitar a água do banho enquanto aquece e do velho truque de colocar uma garrafa de água de litro e meio dentro do autoclismo.
Há outras formas de poupança, quando o assunto é higiene e cuidados pessoais. Aqueles que normalmente fazemos nesta divisão da casa.
Por coincidência (ou não) a poupança monetária tem sido concomitante com a poupança no ambiente. A casa-de-banho da minha família está mais ecológica e quase desperdício zero.
Substituí o gel de banho por sabonete. Neste momento, estou a usar sabão macaco vegan, feito artesanalmente. Pelo que há muito tempo que não uso embalagens de plástico.
As escovas de dentes são de bambu. Muitos confortáveis e biodegradáveis. Custaram-me 50 cêntimos no Aliexpress.
A esponja de banho foi cultivada na horta. É luffa, uma fibra vegetal que passei a usar para lavar o corpo e a loiça.
Os discos de algodão desmaquilhantes foram substituídos pelos de flanela, reaproveitando um velho pijama.
Os pensos higiénicos e tampões foram substituídos pelo copo menstrual, como expliquei neste post. Provavelmente, terá sido a maior poupança nesta área!
Aprendi a fazer produtos de higiene caseiros:
- O desodorizante é feito por mim, cuja receita partilhei aqui. Todavia, já que base é gordurosa (óleo de coco) e manchava a roupa no Verão, comprei um de pedra de alúmen para usar no tempo quente. Custou 8 € na Feira de Artesanato de Lisboa e dá aproximadamente para dois anos.
- Quando há rosas no jardim, faço a minha água das rosaspara limpar a pele. Experimentei a receita e fiquei rendida.
Aproveito (se o produto me interessa) as campanhas “Experimente grátis” que algumas marcas desenvolvem. Estas campanhas consistem na devolução do dinheiro pago pelo produto, por transferência bancária ou em saldo de cartão do supermercado.Envolvo toda a família nas compras e fico com um bom stock.
E por falar em stock, a acumulação de vários tipos de descontos e promoções podem resultar em produtos quase grátis. Eu ainda me lembro de um shampoo Nívea que “comprei” a custo zero e em que ainda recebi 40 cêntimos…
Eu sei que o assunto dos cosméticos é muito delicado e cada um tem a sua opinião. Mas eu contento-me com marcas de supermercado e que até têm dado provas de serem boas. Como por exemplo, a marca do Lidl, recomendada pela Deco Proteste. Compro-a quando está em promoção, que ocorre 2 ou 3 vezes por ano.
E sabem de um bom desmaquilhante sem químicos, eficaz, ecológico e barato? Óleo de coco. Daquele que também serve para hidratar a pele, fazer desodorizante e cozinhar!
No rosto, pela manhã, a seguir ao sérum, uso um BB com factor de protecção 50, no tom da minha pele. Dou uma cor ao rosto, poupo tempo e dinheiro (aliás, só o compro em promoções de 50% de desconto, no mínimo)
Finalmente, deixo um alerta: ajustem a temperatura da água do esquentador ou da caldeira à época do ano. É que não precisamos de aquecer a água a 45 graus no verão, pois não? É gasto de energia e de água fria, necessária equilibrar a temperatura no chuveiro.
E onde ainda tenho de melhorar?
Sobretudo em dois aspectos:
- Fazer os meus próprios sabonetes, tarefa que tenho adiado por falta de tempo;
- Descobrir um shampoo sólido adequado ao meu cabelo (o que tenho não resulta na minha melena);
- comprar uma máquina de barbear em inox como as de antigamente, em que só as lâminas se substituem.
Este é um post em desenvolvimento. Agradecem-se contributos da vossa parte!
Podem ver mais posts da rubrica "Como eu poupo" aqui: