Quando este blog viu a luz do dia, imaginava-o sobretudo como uma montra de poupança.
Relataria aqui a minha engenharia consumista, ao conseguir gerir as acumulações de descontos para comprar a preços imbatíveis.
E o meu marido, que trabalha em Lisboa e passa com maior frequência pelos grandes hipermercados, costumava levar a lista de compras e ir abastecer-se de produtos com grandes promoções.
Depois…
Depois eu fui mudando. Compreendi que, no fundo, apenas praticava uma estratégia de poupança consumista: embora a preços mais baixos, comprava. E em grandes quantidades, para aproveitar os descontos.
E comprar, mesmo barato, implica gastar dinheiro, inevitavelmente.
E pressupõe desperdício. De embalagens, sobretudo!
Há dias, pedi ao meu marido para passar pelo Continente e trazer-me uns artigos para poder concorrer a um passatempo. Apenas isso.
De lá, telefonou-me muito impaciente:
- Olha, eu estive a ver o cartão e tenho um cupão de 5€ em 20 €. De que precisas mais?
Eu preciso de comida, pelo menos.
Mas com este calor não iria pedir alimentos que ficariam a torrar ao sol, dentro do carro.
- Vê se há cadernos escolares em promoção - respondi.
Havia. Mas o total não chegava aos 20 €.
- O que compro mais?
Silencio.
Há dois anos atrás, eu precisaria de detergentes, shampoo, gel de banho, desodorizante, pensos higiénicos, guardanapos e cremes corporais às carradas.