Quando este blog viu a luz do dia, imaginava-o sobretudo como uma montra de poupança.
Relataria aqui a minha engenharia consumista, ao conseguir gerir as acumulações de descontos para comprar a preços imbatíveis.
E o meu marido, que trabalha em Lisboa e passa com maior frequência pelos grandes hipermercados, costumava levar a lista de compras e ir abastecer-se de produtos com grandes promoções.
Depois…
Depois eu fui mudando. Compreendi que, no fundo, apenas praticava uma estratégia de poupança consumista: embora a preços mais baixos, comprava. E em grandes quantidades, para aproveitar os descontos.
E comprar, mesmo barato, implica gastar dinheiro, inevitavelmente.
E pressupõe desperdício. De embalagens, sobretudo!
Há dias, pedi ao meu marido para passar pelo Continente e trazer-me uns artigos para poder concorrer a um passatempo. Apenas isso.
De lá, telefonou-me muito impaciente:
- Olha, eu estive a ver o cartão e tenho um cupão de 5€ em 20 €. De que precisas mais?
Eu preciso de comida, pelo menos.
Mas com este calor não iria pedir alimentos que ficariam a torrar ao sol, dentro do carro.
- Vê se há cadernos escolares em promoção - respondi.
Havia. Mas o total não chegava aos 20 €.
- O que compro mais?
Silencio.
Há dois anos atrás, eu precisaria de detergentes, shampoo, gel de banho, desodorizante, pensos higiénicos, guardanapos e cremes corporais às carradas.
Como não vou usar e a validade termina no final do mês, ofereço os cupões de desconto às duas primeiras pessoas que me enviarem mensagem privada (pelo mail ou por Facebook).
Por acaso, a marca Nivea estão com bons descontos no Pingo Doce e no Continente, pelo que poderão acumular e fazer boas poupanças.
Tirei o meu curso há quase 30 anos e como devem calcular, esqueci mais de metade do que lá aprendi (aquilo que afinal não me serviu para a vida).
Mas recordo-me perfeitamente da história que um professor contou relativamente ao impacto que as palavras nos podem causar e exemplificou com uma experiência social relativa a um invisual que pedia esmola.
Tinha um cartaz em que pedia ajuda porque era cego.
E as pessoas passavam e quase todas o ignoravam.
Todavia, alguém mudou o cartaz e escreveu:
"É PRIMAVERA E EU NÃO A VEJO"
Essas palavras fizeram toda a diferença e rara foi a pessoa que passou sem deixar uma moeda.
Para fazer este post, lembrei-me de ir pesquisar se havia literatura sobre a tal experiência e surpreendentemente deparei-me com este vídeo no Youtube.
Mas isto são as minhas memórias e nem era sobre isto que pretendia falar.
O que queria mesmo mostrar é esta foto, que alguém partilhou no Facebook:
É exactamente a mesma mensagem da tradicional frase:
Eu sou daquelas pessoas que aproveita as promoções e a acumulação de descontos. E que vai para os supermercados e compra grandes quantidades para poupar.
Há 2 anos, aproveitei uma campanha "Experimente Grátis" do Continente e com os cartões da família, consegui trazer cápsulas de detergente para a máquina da loiça a custo zero.
Ainda está por abrir a última embalagem de 72 cápsulas (com invólucro de microplástico).
O problema A diferença é que eu já não sou a mesma pessoa.
Tornei-me adepta do desperdício zero e da diminuição da pegada ecológica.
E a minha nova pessoa alterou os hábitos de consumo: diminui ou deixei mesmo de comprar certos produtos em embalagens plásticas e poluentes, tais como vários detergentes e produtos de higiene.
Só há pouco tempo terminei o meu stock de cremes corporais e chegou a hora de fazer o meu próprio óleo corporal.
Tenho usado óleo de coco mas no Inverno fica sólido e é uma chatice espalhá-lo pelo corpo (a maior parte das vezes esqueço-me de o amornar na água do banho).
Portanto, fiz algumas pesquisas e escolhi uma receita com óleo de jojoba (que é um produto que já tinha em casa).
A receita é bem simples:
- 6 colheres de sopa de óleo de amêndoas doces
- 3 colheres de sopa de azeite extra virgem (usei normal porque tenho grátis, embora se note um pouco o cheiro)
- 1 colher de sopa de óleo de jojoba (opcional)
- 7 gotas de óleo essencial de alfazema (ou outro óleo a gosto)
Homogeneizar bem num recipiente e guardar num frasco.
E está pronto a usar.
A quantidade foi perfeita para encher um frasco antigo de óleo de cabelo com doseador (à esquerda na foto).
O óleo de jojoba é opcional mas são-lhe atribuídos muitos benefícios:
- ajuda a regenerar a pelo, devido à vitamina E;
- acelera a cicatrização de feridas, queimaduras solares e lesões, mesmo as decorrentes da radioterapia, devido à vitamina B5;
- tem acção antioxidante, pelo que tem efeitos anti-envelhecimento na pele;
- ajuda a reabastecer a hidratação dos cabelos, melhorar a estrutura dos fios, tratar o couro cabeludo seco e combater a caspa;
- é um bom desmaquilhante natural.
Quanto ao óleo essencial de alfazema, escolhi-o porque gosto do aroma (AJUDA A DISFARÇAR O CHEIRO DO AZEITE) e tem várias propriedades benéficas.
Mas todos os óleos essenciais têm benefícios, pelo que podem optar por outro da vossa preferência.
A prova final ficou a cargo do esquisito cá de casa - o meu filho.
Aprovou-o.
E por isso, passou no teste!
Há tantas pequenas coisas que podemos fazer em casa a preço reduzido e desperdício zero. Não concordam?
2 - Como sabem, não sou especialista na matéria e limito-me a experimentar receitas que encontro. Gosto de citar as fontes e colocar os links com os devidos créditos.
Todavia, apontei esta receita num papel e agora, de imediato, não consigo encontrar a fonte.
Se entretanto, a descobrir, colocarei aqui o link.