Mas isto é como o chocolate que tenho na despensa! Não consigo ignorar!
Eu esforcei-me para não fazer um balanço de 2019. Mas ontem, ao revisitar os posts de Janeiro, à procura da agenda que ofereci à Marta Elle, esbarrei com os desejos que fiz no início do ano.
Era evitável reler!
Mas agora é tarde demais!
Aqui fica a transcrição:
2019 vai ser o ano em que vou:
- cuidar mais da minha imagem (hoje já tirei o bigode)
- emagrecer 5 quilos (com ginásio em casa, não há desculpas)
- conhecer Ronda, perto de Málaga
- ser intransigente com o orçamento mensal
- rentabilizar o meu hobby e fazer uma publicação semanal (no mínimo) dos meus trabalhos na página de facebook
- fazer sabonetes artesanais
- Ler um livro por mês
- diminuir ainda mais o plástico descartável
- Ah! e quase me esquecia: celebrar as bodas de prata do casamento.
De tudo isto, apenas posso dizer que cumpri 3 desejos:
- diminui ainda mais o plástico,
- aprendi a fazer sabão artesanal
- e fiz uma mini-comemoração das bodas de prata.
Tudo o resto, vou pedir a 2020 que mos realize.
Mas, muito honestamente, duvido.
Algo me sussurra que este será um ano mau... pressinto-o.
Há um ano atrás, eu lancei um passatempo no blog para oferecer duas agendas feitas por mim.
Era suposto que as contempladas as desfrutassem até hoje, último dia de 2019.
Mas, uma delas, que teve a gentileza de agradecer publicamente com a fotografia que ilustra este post, fechou a agenda antes de tempo: a bem humorada Marta Elle.
Ainda quero acreditar que o seu falecimento é um mero boato. A Marta nunca se queixou nem lamentou. Pelo contrário, enchia-nos de alegria com o relato das suas diabruras, mesmo depois de confessar que tinha os ossos minados pelo cancro.
Uma pessoa com esta força e energia não pode desaparecer assim! Se era especial para nós, que nunca lhe vimos a cara, nem quero imaginar a falta que fará aos amigos e familiares!
Será a minha guia, a quem voltarei quando as forças me faltarem nesta vida. Afinal, temos uma agenda a unir-nos!
E se um destes dias pendurar uns ténis no estendal e encontrar uns cubos de gelo lá dentro, saberei que é ela que, lá de cima, continua a fazer travessuras...
Tenho a certeza de que o céu está mais alegre a partir de agora.
Com sorte, em vez do par de meias da praxe, receberam um envelope com uma (s) notinha(s) lá dentro.
Que lhe vão fazer?
Aqui ficam 4 sugestões para aplicarem o dinheiro inesperado, da melhor maneira:
1)Poupanças:
seja num fundo de emergência, num depósito a prazo ou (no meu caso) no PPR, que dará bons frutos aquando da devolução do IRS;
2) Comprar alguma peça de vestuário indispensável:
a altura dos saldos é propícia para o investimento em peças básicas e intemporais: um casaco, uma gabardina, umas botas ou ténis. Aqui, o compromisso é mesmo investir em vez de adquirir aquela blusa tão, mas tão na moda, que para o ano já não se irá usar;
3) semear:
fazer desses euros uma semente para crescer e concretizar algum projecto. Investir em materiais ou ferramentas que permitam colher frutos de poupança futuros. No meu caso, aproveito as promoções de tecidos e materiais de artesanato para rentabilizar este par-time.
4) comprar os presentes para o próximo ano:
nada como antecipar despesas. Em vez da ansiedade de comprar presentes em véspera dos aniversários ou do Natal de 2020, que tal aproveitar os saldos para adquirir uma boa parte das próximas prendas?
Para isso, é necessário organização. A lista anual é indispensável e a pesquisa de mercado também.
Poupar dá trabalho: é preciso estudar, rever, exercitar e, muitas vezes... errar!
Mas compensa, quando se vê o resultado.
Estes são alguns exemplos que utilizo. Mas cada um deverá adaptar as dicas ao seu modo de vida.
O importante é que se ganhe consciência de que o dinheiro pode ser esticado e, muitas vezes, multiplicado, com simples gestos.
Pequenos passos de uma longa caminhada para a segurança financeira!
Tema da semana: O Pai Natal decidiu reformar-se e as entrevistas começam esta semana. Descreve uma dessas entrevistas na perspectiva do recrutador de recursos humanos: A Rena Rudolfo.
Continuo a achar que uma ala psiquiátrica é como uma loja: há de tudo!
Sinto-me bem melhor e como ando calma e estável, as enfermeiras deixa-me andar por aqui, a interagir e a apoiar outros doentes.
Há de tudo!
A D. Alda tem uma grave depressão pós-parto e não há meio de melhorar.
A Zéfinha, como quer ser chamada, foi encontrada a 15 km de casa, depois de buscas durante dois dias: estava a seguir a luz do marido, diz. Apesar deste ter morrido há quase 20 anos.
O Diogo, um jovem de 19 anos, teve mais uma crise psicótica depois de misturar metadona e heroína e continua amarrado à cama.
E hoje, conheci um novo doente: o Sr. Nicolau.
Chegou ontem à noite, agarrado por dois enfermeiros e dois seguranças, a gritar que não está maluco.
Espreitei pela fresta da porta. Viu-me e fez um sorriso nervoso mas apelativo, entre as barbas brancas. Pareceu-me que suplicava por conversa.
E tinha razão.
Falou-me sobre a sua vida.
Muito coerente. Muito gentil e educado.
- Porque está aqui, Sr. Nicolau?
Ignorou e continuou a falar do neto.
Insisti, num tom mais alto.
-Porque está aqui, Sr. Nicolau?
- Eu não estou maluco, acreditas em mim? Eu conto-te a verdade.
Fui a uma entrevista de emprego, numa empresa de trabalho temporário porque vi um anúncio a pedir um Pai Natal. Aquilo estava cheio, toda a gente a querer um part-time nesta altura.
A entrevista parecia estar a correr bem.
Quando entrei, o entrevistador apresentou-se.
Boa tarde. Sou Rena Rudolfo. Vem para substituir o sr. que se vai reformar?
-Prazer. Sou Nicolau, o Pai Natal.
- Nome muito a propósito!
- Então que competências acha que tem para a função?
- Todas, senhor Rena. Tenho um trenó feito por mim e conto consigo para o puxar. Depois de localizar as casas, entro pela chaminé e trato do assunto num instante.
Mas antes, ando por aí com o saco a chamar as criancinhas. Acho que vamos fazer uma boa equipa, rena Rudolfo. Ho Ho Ho.
Agradeceu e mandou-me esperar na sala.
Minutos depois, apareceu a PSP e a ambulância e para aqui me trouxeram.
Foi um mal entendido.
O meu amigo Zé, que tinha ido comigo, telefonou-me agora.
Explicou-me que me enganei no gabinete. Entrei para a entrevista de porteiro de um infantário. O entrevistador chama-se Renato Rudolfo.
Eu não estou maluco…apenas um pouco surdo, mas tento que ninguém perceba.