Os símbolos do consumo responsável
A consciencialização do consumidor perante as alterações ambientais (entre outros factores) tem implicado uma maior exigência em relação à origem dos produtos.
No momento da compra, a visualização de selos e símbolos é uma estratégia importante para auxiliar a escolha dos produtos.
O que é bom.
Mas, percebendo este mecanismo psicológico, muitas marcas optam por conceber selos próprios, sem certificação independente e que, na verdade, podem não significar nada. Apenas criam impacto visual e apelam ao consumo.
E vai daí, pesquisei os principais símbolos OFICIAIS, que certificam a origem e o modo de produção consciente.
São sobretudo estes que deveremos conhecer e reconhecer, aquando da consulta do rótulo.
Espero que vos ajude tanto quanto a mim.
Eurofolha
O Eurofolha é o símbolo que identifica obrigatoriamente todos os produtos alimentares biológicos pré-embalados na União Europeia, regulados por normas previstas em legislação específica, controlada e certificada por organismos acreditados.
O símbolo garante que, pelo menos, 95% dos ingredientes do produto foram produzidos em modo biológico.
Este logótipo exige que os alimentos não contenham organismos geneticamente modificados (OGM), intensificadores de sabor, aromas e corantes artificiais. Não podem ser usados herbicidas sintéticos nem fertilizantes minerais facilmente solúveis.
Ecolabel
OEcolabel é o certificado europeu que garante que o produto é ecológico e de qualidade.
Fairtrade
A Fairtrade promove melhores condições de trabalho e de vida aos pequenos agricultores e trabalhadores em África, na Ásia e na América Latina. As normas Fairtrade são controladas por organismos independentes e incluem critérios relativos a estruturas organizacionais democráticas, protecção ambiental e condições de trabalho seguras.
FairTrade cocoa program
O programa Fairtrade para o cacau (Fairtrade Cocoa Program) concede aos produtores de cacau uma oportunidade adicional de vender quotas superiores das suas colheitas segundos condições Fairtrade. Ao contrário da certificação Fairtrade clássica, este programa visa a compra justa de matérias-primas e não a composição e certificação de produtos individuais.
Certificado UTZ
O UTZ é um programa de sustentabilidade referente a café, cacau e chá. O programa transmite aos produtores as boas práticas agrárias e demonstra como podem cultivar café, cacau e chá de forma mais profissional, com maior qualidade, maior rendimento e mais sustentabilidade. Os produtores participam ainda em acções de formação focadas em gestão empresarial, segurança no trabalho e gestão ambiental.
Certificado Rainforest Alliance
O selo identifica produtos em que a totalidade ou a maioria dos ingredientes tem a sua origem em explorações e florestas certificadas pela Rainforest Alliance. Estas incluem critérios relativos a protecção ambiental, responsabilidade social e sustentabilidade económica. As directrizes foram desenvolvidas para proteger e conservar espécies de animais e plantas, os solos e o meio aquático. Em simultâneo, pretendem melhorar as condições de vida dos trabalhadores e das comunidades locais.
Certificação RSPO
A Roundtable on Sustainable Palm Oil é uma iniciativa global que tem por objectivo normalizar a utilização de óleo de palma/palmiste sustentável. O selo exige métodos de cultivo mais sustentáveis das palmeiras. Assim, pretende-se lesar menos o ambiente. Os critérios para receber a certificação são de cariz ecológico e social.
Certificação FSC
A Certificação da Gestão Florestal (Forest Stewardship Council) é específico para o sector florestal e para os produtos lenhosos e garante que o produto é proveniente de explorações que cumprem os requisitos da boa gestão florestal.
Existem três logotipos FSC aprovados pelo FSC para uso internacional, que distinguem o produto em três categorias com base na percentagem de madeira certificada ou conteúdo reciclado:
Certificado GOTS
O Global Organic Textile Standard (GOTS) define, internacionalmente, critérios para o fabrico de têxteis de fibras naturais certificadas e produzidas de forma biológica, para toda a cadeia de abastecimento de têxteis. Estes critérios contemplam o cultivo biológico controlado das fibras, a produção sustentável em termos ambientais e sociais, bem como uma identificação uniforme dos produtos. Apenas produtos de têxteis, contendo no mínimo 70% de fibras naturais, produzidos de forma biológica, podem ser certificados conforme o GOTS.
Certificado OCS
O Organic Content Standard 100 (OCS 100) e o Organic Content Standard blended (OCS blended) permitem às empresas registar, com precisão, a percentagem de matéria-prima ecológica utilizada. Este padrão pretende monitorizar a utilização das fibras naturais certificadas e produzidas de forma biológica até ao produto final. Ao contrário ao GOTS, o OCS não abrange requisitos quanto aos aditivos químicos utilizados e às orientações de gestão ambiental, bem como à responsabilidade social da empresa. Dependendo da proporção da fibra cultivada, em regime biológico, na mercadoria certificada, é utilizado o selo OCS blended (teor de, no mínimo, 5% fibras biológicas) ou o selo OCS 100 (teor de, no mínimo, 95% a 100% fibras biológicas).
Selo MSC
O MSC (Marine Steward Coucil) promove a pesca sustentável através de um programa de certificação voluntário para pescarias e empresas que se submetem a uma avaliação levada a cabo por certificadores independentes.
Os padrões adoptados são consistentes com os códigos de melhores práticas e com as directrizes fornecidas pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), ISEAL e a Iniciativa Global de Produtos do Mar Sustentáveis (GSSI). Estas análises envolvem académicos, ONGs parceiras, governos e indústrias
Selo ASC
O selo ASC (Aquaculture Stewardship Council) garante que o produto proveniente da aquacultura cumpre os requisitos do Programa de Certificação e Rotulagem para a Aquicultura Responsável.
V -Label
O V-Label identifica produtos vegetarianos e vegan e comprova a verificação dos ingredientes e da produção por uma organização independente.