Quando o assunto é poupança, o início do ano deve servir, acima de tudo, para estabelecer um novo orçamento e metas a atingir durante os próximos 12 meses.
O foco e a organização são determinantes para conseguir poupar e garantir um fundo de emergência e a preparação da próxima etapa familiar: a entrada do filho no mundo académico, colidindo com a frequência da filha mais velha.
E se não me precaver com antecedência, não há orçamento que consiga pagar despesas a duplicar.
Deste modo, passei a última noite do ano a analisar a minha APP de gastos mensais e a comparar com 2018.
E embora a evolução tenha sido positiva – à custa da supressão de férias e viagens – este ano deve servir para me manter no mesmo carril.
Assim sendo, defini 20 objectivos financeiros para 2020:
1 - Poupar 10% do rendimento anual: em PPR - com transferência mensal, para não ser tão difícil no final do ano- depósito com transferência mensal e mealheiro;
2 - Reduzir 10% dos gastos em supermercado: os meus gastos em 2019 subiram em relação ao ano anterior. Não percebo porquê mas vou comprometer-me a não ultrapassar os valores de 2018;
3 - Reduzir em 10% a conta da electricidade – vou começar por dar a contagem, coisa que não faço por desleixo. Mas espero que a substituição das lâmpadas LED tenham um impacto positivo;
4 – Não ultrapassar os 600 € em despesa anual com restaurante;
5 - Não ultrapassar os 700 € anuais em roupa (para toda a família);
6 – Comprar e vender roupa em segunda mão;
7 – Reduzir em 20% o custo pessoal com gasóleo – o que significa ir a pé para o trabalho mais vezes e planear menos deslocações ao supermercado;
8 – Reduzir em 10% o custo com presentes, com excepção dos filhos;
9 – Não ter o saldo bancário a negativo;
10 – Organizar a contabilidade da actividade de artesã – para ver se é desta que tenho real noção do que ganho;
11 – Participar em 5 mercadinhos de artesanato;
12 – Ganhar 2.500 € com o artesanato;
13 – Aplicar esse dinheiro na compra da máquina de lavar roupa e do sofá (não dá para adiar muito mais tempo);
14 – Ganhar, no mínimo, 300 € em prémios de passatempos e preenchimento de inquéritos;
15 – Elaborar ementas semanais;
16 – Ser mais DIY (do it yourself) e substituir a compra de produtos pela execução artesanal;
17 – Manter a previsão mensal das despesas para evitar sobressaltos;
18 – Não evitar e adiar alguns momentos de diversão, que também são imprescindíveis para o equilíbrio emocional (e que tendo a suprimir para proporcionar esses momentos aos meus filhos);
19 – Manter a anotação de todas as despesas e receitas diárias para avaliar resultados e mudar estratégias ao longo do ano;
20 – Continuar a acreditar que melhores dias virão e que, um destes anos, vou conseguir tirar umas férias decentes…
E vocês, têm real noção das vossas despesas e receitas anuais?
Definiram metas e limites para o orçamento?
Sabem em que categorias de despesa têm margem para poupar?
E querem mesmo poupar? Para quê? É que a poupança sem motivo, nunca irá resultar…
Identificam algumas competências que possam rentabilizar para ganhar um dinheiro extra?
Amanhã, darei algumas dicas que todos podem seguir para ganhar ou poupar uns euros extra.
Tema da semana- Sobre a vida adulta: Ainda não entendi o que é para fazer
E aqui estou na consulta de avaliação final com o psiquiatra.
Acham que já reúno condições para a alta hospitalar.
(Eu não quero! Aqui sinto-me protegida. Convivo melhor com a loucura dos outros do que com a minha, lá fora.)
O Dr. Sousa pergunta-me como me vejo.
(Eu sinto-me um pássaro dentro de uma gaiola de porta aberta e que se recusa a enfrentar a liberdade.)
Mas respondo-lhe que me revejo novamente na alma de uma jovem adulta.
- E para onde vais, quando saíres daqui?
(Ao Alentejo não regressarei. É demasiada vergonha para mim e para os meus padrinhos, depois do que lá fiz. Apesar de ser aquele o pedaço de terra que me torna feliz.)
- Vou para casa dos avós, aqui em Lisboa.
- E o que queres fazer nesta vida adulta?
(A minha avó contava-me que, em criança, a mãe a obrigava a trabalhar continuamente, para que aprendesse a ser uma adulta responsável.
Não tinha ordem de brincar nem de descansar.
No pino do Verão, com a calmaria abrasadora que a telha vã não tapava, a minha avó dormia a sesta debaixo da cama, escondida, para que a mãe não desconfiasse que estava a descansar e julgasse que andava no monte a guardar os perus.)
- Vou voltar a estudar e arranjar um emprego para pagar os estudos. Talvez num supermercado, pois tenho experiência da loja dos meus padrinhos. Não quero dar mais esse peso aos meus avós.
Mas sei que tenho o processo em tribunal, por causa da agressão. O advogado diz-me que o mais provável é passar uns meses a fazer trabalho comunitário. E irei cumprir o acompanhamento médico, aqui na psiquiatria, para não voltar aos surtos psicóticos.
- Sabes, minha pequena, acho que está na hora de voltares à tua vida. Amanhã já terás o papel da alta. Avisa os avós para te virem buscar, que ainda quero falar com eles.
E agora?
O discurso assertivo não condiz com o que sinto cá dentro.
Ainda não percebi o que é isto de ser adulto.
Amanhã começo a procurar uma cama alta, onde me possa esconder, como a minha avó fazia quando dormia a sesta…
Tendo em conta que passei o dia 31 e o dia 1 em limpezas, arrumações e destralhe, não me dava lá muito jeito passar o ano nisto.
Ou, pensando melhor, é o augúrio de um ano mais arrumado e organizado, com espaço para coisas novas...
O certo é que, aproveitando ter ficado sozinha em casa, rentabilizei a tolerância de ponto e o feriado para cumprir um objectivo de fim de ano que não estava cumprido.
O meu sótão (onde tenho o atelier) está limpo e arrumado, pronto a carburar novamente. Afinal, há encomendas adiadas e o stock de sabão artesanal esgotou no mercadinho de Natal.
Roupa ensacada para os contentores (de roupa usada) e uma refeição detox, para me motivar para perder peso.
Se estou cansada? Muito. Há dois meses que não descanso e a coluna lembrou-se de me avisar que estou a chegar aos 50 anos...
Agora sim, estou preparada para 2020!
Aviso: não tentem fazer isto em casa!
Apesar de ser um reveillon a custo zero, pode tornar-se perigosamente deprimente. Vamos acreditar que foi uma vez sem excepção.