Aquilo que me causa maior ansiedade neste momento (e eu até sou uma criatura muito calminha e controlada) é a ida ao supermercado.
Adio por dias a deslocação e o meu sistema nervoso altera-se por completo.
Chego ao supermercado e vejo inimigos invisíveis em todo o lado.
Esquivo-me dos outros clientes, fico parada à espera que desocupem os corredores e as lágrimas chegam-me aos olhos de cada vez de levanto a cabeça e me vejo no meio de alienígenas de máscaras e luvas...engraçado...iria jurar que os conheço a quase todos de uma outra encarnação e, por vezes, até os cumprimento pelo nome!
Há novas rotinas nas compras e eu tive de criar as minhas.
É importante criar rotinas para "normalizar os comportamentos" e dei por mim a instituir alguns tristes novos hábitos:
- reduzi as deslocações ao supermercado, o que é uma excelente estratégia de poupança mas exige a um rigor cirúrgico na lista de compras;
- o material de guerra passou a ser;
1) película aderente para enrolar no sítio do carrinho, onde coloco a mão;
2) sacos de compras para colocar os produtos e evitar contacto com o carrinho;
3) pauzinho para utilizar no terminal do multibanco;
4) alcool-gel para ir colocando nas mãos em modo paranóico (prefiro isso a usar luvas)
- Ao chegar a casa, coloco os sacos no alpendre e não entro em casa.
Se há congelados, já tenho um saco preparado para o transbordo e peço para o colocarem na arca.
De seguida, vou para o alpendre do quarto, dispo-me (luxos de quem vive isolado) e vou directamente para o banho.
Depois, regresso às compras, munida de um recipiente com esfregão e solução desinfectante (um litro de água e duas colheres de lixívia) e limpo tudo, produto a produto.
- Arranjei um saco de quarentena, onde coloco alguns produtos, sobretudo embalados em papel e que não devem ser molhados. Só lhes volto a mexer uma semana depois.
- Adaptei uma nova despensa no sótão, onde tenho a minha reserva extra.
- Criei uma arca do tesouro: a caixa das farinhas, para que possa fazer pão caseiro e evitar deslocações à padaria.
É triste, mas nos próximos tempos, vai ter de ser assim...
Ainda há pouco tempo falei na minha máquina de lavar.
Em dezembro, avariou e a reparação custava quase o preço de uma nova, pelo que optei por lhe fazer as exéquias e despachá-la.
O último mês do ano é complicadinho para o orçamento resvalar e preferi adiar a compra.
A minha mãe mora ao lado e a roupa tem sido lá lavada.
Ontem, finalmente chegou a nova máquina, com capacidade para 8 quilos e ecrã digital (vou poupar-vos à vergonha de contar que só ao fim de quase 15 minutos é que percebi que o ecrã estava protegido por um autocolante com fotografia do painel e por isso não a conseguia programar), categoria A+++.
Não é o último grito da tecnologia mas…FOI GRÁTIS!
Já expliquei aqui como poupo nas oportunidades da vida. Este é mais um caso.
Há alguns meses que terminou o meu período de fidelização com a operadora de comunicações e eu queria mesmo mudar.
Por isso, optei por fazer a alteração do pacote TV na Worten e usufruir da oferta, que em Março, incluía a máquina de lavar.
Ontem, fiz o exercício de verificar os electrodomésticos grátis que tenho na cozinha:
- o micro-ondas foi ganho num passatempo;
- o fervedor eléctrico foi rebatido com pontos de um site de inquéritos;
- a varinha mágica/processador também resultou do rebate de pontos ganhos no preenchimento de inquéritos (saiba mais aqui).
Quando me disseram que a máscara iria ser a nova moda deste verão (inclusive aqui no blog), gracejei.
Uma máscara é uma coisa muito séria e muito triste!
Mas o ser humano tem a tal capacidade que o fez sobreviver e dominar as outras espécies: adaptação!
Pediram-me para fazer máscaras em tecido.
E eu primeiro disse que não, por não existirem indicações da DGS.
Depois, quando as entidades assumiram que "mais vale pouco que nada" , lá acedi aos pedidos das amigas.
Publiquei algumas fotos aqui e no meu Facebook pessoal.
Nem imaginam o que têm sido os meus serões, para satisfazer os pedidos que chegaram!
Mas a minha mente corre à velocidade do pedal da máquina e não fiquei por aqui.
O uso da máscara é desconfortável para quem faz um uso prolongado, usa óculos ou próteses auditivas.
E ontem, experimentei fazer um extensor de máscaras para colocar na nuca, o que permite aliviar a pressão do elástico nas orelhas ou passá-lo por baixo.
Uma peça simples, que qualquer um pode fazer: basta uma tira de tecido e dois botões.
Mais um novo acessório para usar nos próximos meses...
Este é um post que ando a adiar há vários meses. Desde que a minha máquina de lavar avariou, sem reparação economicamente viável.
Todavia, desde que iniciou o período de confinamento, tenho reparado que um dos posts mais visitados deste blog resulta da pesquisa sobre detergentes caseiros: agora faço o meu próprio detergente.
E lá, eu aconselhava o uso de vinagre como substituto natural e económico do amaciador de roupa.
No entanto…
A minha máquina avariou em Dezembro.
Tinha-a comprado há cerca de 5/6 anos, pelo que julguei que a avaria fosse simples.
Não era.
O técnico que a avaliou disse-me que a peça que suporta o tambor se tinha partido (custaria mais de 200 €) e que nunca havia visto uma coisa dessas. A peça foi-se desfazendo (esfarelando) até que quebrou.
Na altura eu fiquei revoltada. Falei em obsolescência programada (aqui) …
Mas uns tempos depois, a dúvida surgiu: sabemos que o vinagre pode ser corrosivo em determinados metais. Eu usava-o (embora em pequenas quantidades) cada vez que lavava a roupa.
Tentei investigar na internet e encontrei apenas um pequeno alerta aqui
De resto, todos os livros e publicações sobre desperdício zero, consumo ecológico e sustentabilidade sugerem o uso do vinagre como amaciador. E eu sou menina de pesquisar até à exaustão e valorizar especialistas credenciados na matéria!
Hoje venho contrariar o mundo e alertar para um eventual risco de danos irreversíveis na máquina, colocando em causa os conselhos das sumidades.
Por este motivo, adiei tanto esta publicação.
Pode ser coincidência mas… e se não for?
E sinto-me na responsabilidade de deixar o alerta, partilhando a minha dúvida e pedindo retorno: conhecem outros casos de quem use vinagre e cuja máquina tenha tido o mesmo tipo de avaria?
Entretanto, deixei de usar o vinagre e retirei o conselho do tal post.
E depois de muita insistência por parte de algumas amigas, lá me convenci a fazer máscaras em tecido.
Sempre achei que qualquer máscara seria melhor do que nenhuma. Aliás, já tinha publicado um post a explicar como fazer máscaras descartáveis em papel (aqui).
Todavia, enquanto as entidades competentes não oficializaram a posição relativa ao uso de máscaras de tecido, não me atrevi a confeccionar para terceiros.
Eis a primeira fornada. Feitas com 2 camadas de tecido de algodão e uma de TNT.
Depois, lembrei-me de as conjugar com o sabão artesanal, que isto da protecção também merece estilo.
É que o ânimo é logo outro!
Ou então, é o desespero de quem passa os dias de pijama, fechada em casa e já acha que uma saída ao supermercado é mais ou menos o mesmo que uma visita ao Portugal Fashion.