5 dias em Paris (em modo low cost) - 1º dia
Há vários anos que andávamos a adiar Paris: porque exigia longas caminhadas, que o meu filho não iria querer fazer (deixá-lo cá e privá-lo de conhecer a cidade não era opção), porque o dinheiro não dava e, já que se vai a Paris, que se consiga pagar as entradas nos monumentos principais e não morrer à fome, caramba!
Mas as saudades de viajar de avião quase nos matavam cada vez que passávamos pelo aeroporto e a viagem transformou-se na nossa prenda de Natal familiar.
Com os cêntimos contados.
Com muita pesquisa para encontrar os voos e o hotel mais barato (com condições aceitáveis, entenda-se).
COMO LÁ CHEGÁMOS
Optámos por ir bem cedo (cerca das 7.00 h), num voo da Ryanair com destino ao aeroporto Beauvais-Paris. No site da Ryanair, também comprámos os bilhetes de autocarro para o transfer até Paris. O aeroporto é pequeno e a paragem do autocarro é à saída do terminal (de qualquer modo, o aeroporto tem caixas automáticas para comprar os bilhetes do transfer).
O percurso demora cerca de 40 minutos (acho eu, que adormeci a meio) e desembarcámos na Place de la Porte Maillot, mesmo em frente ao Palácio dos Congressos, onde há metro.
Comprámos uma caderneta de 10 viagens na máquina automática, que é a opção mais barata (os bilhetes também dão para autocarro). As bilheteiras normais disponibilizam mapas do metro, o que é óptimo para os turistas (mas eu já levava um mapa impresso).
O metro de Paris é uma verdadeira teia, com as suas 14 linhas, a que acrescem algumas variantes que se ramificam das linhas principais. Mas, desde que se saiba antecipadamente qual o terminal da linha em que queremos andar, tudo fica mais fácil. Quando isso acontece, os paineis das plataformas indicam o destino e o tempo de espera de cada metro, pelo que basta estar atento.
De qualquer modo, o Google Maps é sempre o nosso melhor amigo, para nos indicar os percursos e as correspondências entre as linhas (mesmo a sério!!)
Uma vez no metro certo (a primeira tentativa levou-nos à direcção oposta e tivemos que sair na paragem seguinte para mudar de linha), fomos fazer o check in no nosso hotel, um Ibis Styles na periferia de Paris, em Mairie de Clichy (para mim, aquilo era Paris mas para os funcionários do hotel, parecia que estávamos a milhas de distância).
O metro fica na esquina da rua, o hotel é simpático e acolhedor, assim como os funcionários, embora tenha que destacar a Maria, portuense de gema, que é a maior das simpatias e a quem eu agradeço todas as amabilidades!
O pequeno almoço é agradável, com direito a sumo de laranja natural e tem medidas de desperdício zero (pauzinhos de café em madeira e doces servidos em boiões grandes, dispensando as unidoses tradicionais). Agradeço ainda a cafeteira eléctrica no hall de entrada, que nos proporcionou uns chás reconfortantes quando entrávamos regelados do frio polar, a acompanhar com uns pequenos croissants (tudo grátis).
Se forem para aqueles lados, podem ficar ali hospedados, que não se irão arrepender.
Feito o Check In, almocámos rapidamente num Mac (que original, não é?), e apanhámos um autocarro directo para a zona de Montmartre.
O ROTEIRO DO PRIMEIRO DIA
Graças aos conselhos da Travellight World (obrigada, mais uma vez), começámos a visita à cidade por Montmartre, com destino à Sacré Coeur.
Para meu desespero, esta zona está repleta de lojas de tecidos e artigos de retrosaria e foi mesmo muito difícil resistir a entrar nas lojas e ficar por ali o resto dos dias!!!
Sacré Coeur
Depois de subirmos 197 degraus (há sempre a opção do funicular), deparamo-nos com uma vista de Paris capaz de cortar a respiração! Os bancos e o relvado exterior proporcionam um bom descanso, enquanto observamos, ao longe, o casario a perder de vista e a cúpula de muitos monumentos.
A entrada na Basílica é gratuita e vale bem a visita. No entanto, a subida à cúpula é paga e nós dispensámos essa despesa porque nos pareceu que não iria acrescentar muito mais à vista cá de baixo.
Vista da Sacré Coeur
Seguimos para a Place du Tertre, onde se concentram os pintores de rua, que dão um charme inimitável àquela zona. É mágico andar por ali e perceber como se consegue, de maneiras tão diferentes, pintar as mesmas paisagens!
Place du Tetre
Desfrutámos de um passeio pelas ruas de Montmartre, enquanto descíamos em direcção ao Moulin Rouge.
São ruas tipicamente parisienses, como aquelas que vemos nos filmes (aliás, é por aqui, na rua Lepic, que fica o café Des 2 Moulins, onde foram filmadas cenas de "O fabuloso destino de Amélie"), com as célebres pâtisseries, boulangeries e floristas.
Claro que ninguém resistiu a provar os verdadeiros croissants franceses e mais uns quantos bolinhos maravilhosos!
E, no Boulevard de Clichy, deparamo-nos com o famoso moinho vermelho, cujas pás vão rodando ao sabor do vento e da fama! Ponto obrigatório para uma boa foto, cheia de cor.
Com muito frio e coragem, fizemos uma longa caminhada até às Galerias Lafayette. Indescritível o interior desta loja de luxo! As fotografias não conseguem transmitir a beleza interior do edifício e da sua enorme cúpula azul!
Interior das Galerias Lafayette
Cúpula das Galerias Lafayette
Mas não ficámos por aqui. As galerias têm um segredo e era esse o nosso objectivo: subir ao terraço e apreciar a vista deste ponto. E garanto-vos que valeu bem a pena o frio que suportámos. A Ópera, com os seus dourados, fica mesmo ali ao lado e a Torre Eiffel, já iluminada, espreitava altivamente por entre os prédios.
Jantámos por ali (não é uma zona barata mas estávamos demasiado famintos e gelados para nos afastarmos) e, de metro, regressámos ao nosso hotel.
Andámos cerca de 10 km, comprova a APP do telemóvel da minha filha.
Amanhão será um dia ainda mais longo.
Au revoir!