5 dias em Paris (em modo low cost) - 4º dia
O quarto dia estava reservado ao Louvre. Já sabíamos que iria ser uma visita demorada, por isso, não fizemos mais planos.
O bilhete de entrada custa 15 € mas é grátis para os jovens da UE até aos 26 anos!!! Os cacifos também são grátis, pelo que é uma boa alternativa para o último dia de visita à cidade, quando já temos que andar de sacos às costas depois do check out do hotel.
Aqui, é escusado gastar dinheiro no audio-guia. A informação é mínima, apenas descreve as obras mais famosas e não nos organiza a visita.
Então, o que se pode escrever sobre o Museu? Fizemos lá o equivalente a um dia de trabalho (sete horas e meia que passaram a correr) e saímos com a nítida sensação de que não vimos nada!
Quem visitar o Louvre com pouco tempo, é aconselhável escolher primeiro o que quer ver e ir directo a essa ala. Por exemplo, se não dispensar o cumprimento à Mona Lisa, o melhor é entrar logo pela ala Denon e ir para as salas dedicadas à pintura italiana.
Não nos esqueçamos que o Louvre, antes de ser museu, era o palácio real da corte mais luxuosa do mundo pelo que, o edifício, só por si, merece a devida atenção.
Depois, a imensidão de obras de arte, de todas as épocas e civilizações parece infinita. Ainda tentámos fazer a visita seguindo as épocas cronológicas mas desistimos para não perdermos tempo a mudar de alas no edifício.
Na ânsia de querer ver tudo, acabamos apenas por percorrer com os olhos os corredores e as salas infidáveis, a lamentar não conseguir ler legendas, absorver a beleza de esculturas e pinturas ou perceber quem são os autores das obras.
Decididamente, o passe de 6 dias vendido no museu é que seria o ideal! Um dia não chega, acreditem-me!
O museu tem em exposição permanente cerca de 35 mil obras de arte. Mas, se nos perguntarem qual a mais emblemática, a resposta é unânime: La Gioconda, ou Mona Lisa, pintada por Leonardo da Vinci.
E eu confesso que o quadro intimida, apesar de medir apenas 77 cm de altura! Entramos na sala e ela lá está, numa solidão atroz, perdida no meio do espaço, com uma parede a isolá-la do mundo! Olha-nos com um sorriso soberbo porque sabe que vamos lá por ela. Ou, então, tem a expressão tímida de quem foi criada para ser admirada até à eternidade, sem saber porquê. O que é facto é que se fixa nos olhos de cada um dos milhares de visitantes que a fotografam diariamente!
Mas há outras atracções que também nos extasiam! Estar frente às Quatro Estações de Giuseppe Arcimboldo foi outro momento emocionante. Assim como as obras dos pintores flamengos, que trabalham a Luz de uma maneira soberba (os meus predilectos, reconheço)!
E se me perguntarem qual a obra que eu elejo como a melhor do Museu, lamento dizer-vos que não é a Mona Lisa. O que mais me impressionou ( e aí eu tive que me sentar e observar durante dezenas de minutos) foi a tela gigante de Jacques-Louis David (mede 10 metros de compromento por 6 de altura) que retrata, em tamanho real, a cerimónia da coroação de Napoleão!
Os pormenores com que pintou todas as personagens, o realismo das expressões dos protagonistas, a curiosa presença de Jesus Cristo a divinizar o acto (sim, Jesus foi incluído na coroação e podem vê-lo de capuz vermelho e barba comprida, ao lado do Bispo) são indescritíveis!
A civilização egípcia também está bem representada no Louvre. Não tivesse sido um francês, Jean-François Champollion, a decifrar os hieroglifos (curiosamente, vi a a Pedra da Roseta, que permitiu a identificação dos caracteres, no Museu Britânico, mas isso são outras guerras) e é a parte preferido do meu filho. Pena que, por essa altura, já andássemos a lutar contra o tempo.
A meio da visita, a fome derruba-nos! O Louvre tem um espaço de refeições caríssimo e de péssima qualidade. Talvez a melhor opção seja a cafetaria da entrada, na zona comercial do Museu (por debaixo da pirâmide). Depois, é continuar a ver aquilo que humanamente ainda é possível, entre peças de beleza extraordinária.
Antes de sair, não deixa de ser interessante descer à cave e observar o que resta da fortaleza do século XII, que veio a dar origem ao museu mais visitado do mundo!
Saimos do Louvre para uma atmosfera gélida, que mais convidava ao conforto do hotel. Mas ainda não tinhamos passeado a pé pela ponte Alexandre III e a teimosia levou-nos até lá para admirar a imponência desta obra de ferro.
Vista da ponte Alexandre III e do Grand Palais
Ainda apanhámos um Big Bus junto ao Grand Palais (diz-se que este edifício tem mais ferro do que a Torre Eiffel) para fazermos uma paragem em Trocadero (a melhor vista para a Torre) mas o frio venceu-nos. Fica para uma próxima. Amanhã, será dia de Versailles e de regressar a casa.