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A 3ª face

Sab | 10.03.18

5 dias em Paris (em modo low cost) - 4º dia

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O quarto dia estava reservado ao Louvre. Já sabíamos que iria ser uma visita demorada, por isso, não fizemos mais planos. 

O bilhete de entrada custa 15 € mas é grátis para os jovens da UE até aos 26 anos!!! Os cacifos também são grátis, pelo que é uma boa alternativa para o último dia de visita à cidade, quando já temos que andar de sacos às costas depois do check out do hotel.

Aqui, é escusado gastar dinheiro no audio-guia. A informação é mínima, apenas descreve as obras mais famosas e não nos organiza a visita.

Então, o que se pode escrever sobre o Museu? Fizemos lá o equivalente a um dia de trabalho (sete horas e meia que passaram a correr) e saímos com a nítida sensação de que não vimos nada!

Quem visitar o Louvre com pouco tempo, é aconselhável escolher primeiro o que quer ver e ir directo a essa ala. Por exemplo, se não dispensar o cumprimento à Mona Lisa, o melhor é entrar logo pela ala Denon e ir para as salas dedicadas à pintura italiana.

Não nos esqueçamos que o Louvre, antes de ser museu, era o palácio real da corte mais luxuosa do mundo pelo que, o edifício, só por si, merece a devida atenção.

Depois, a imensidão de obras de arte, de todas as épocas e civilizações parece infinita. Ainda tentámos fazer a visita seguindo as épocas cronológicas mas desistimos para não perdermos tempo a mudar de alas no edifício.

Na ânsia de querer ver tudo, acabamos apenas por percorrer com os olhos os corredores e as salas infidáveis, a lamentar não conseguir ler legendas, absorver a beleza de esculturas e pinturas ou perceber quem são os autores das obras.

Decididamente, o passe de 6 dias vendido no museu é que seria o ideal! Um dia não chega, acreditem-me!

 

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O museu tem em exposição permanente cerca de 35 mil obras de arte. Mas, se nos perguntarem qual a mais emblemática, a resposta é unânime: La Gioconda, ou Mona Lisa, pintada por Leonardo da Vinci.

E eu confesso que o quadro intimida, apesar de medir apenas 77 cm de altura! Entramos na sala e ela lá está, numa solidão atroz, perdida no meio do espaço, com uma parede a isolá-la do mundo! Olha-nos com um sorriso soberbo porque sabe que vamos lá por ela. Ou, então, tem a expressão tímida de quem foi criada para ser admirada até à eternidade, sem saber porquê. O que é facto é que se fixa nos olhos de cada um dos milhares de visitantes que a fotografam diariamente!

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Mas há outras atracções que também nos extasiam! Estar frente às Quatro Estações de Giuseppe Arcimboldo foi outro momento emocionante. Assim como as obras dos pintores  flamengos, que trabalham a Luz de uma maneira soberba (os meus predilectos, reconheço)!

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E se me perguntarem qual a obra que eu elejo como a melhor do Museu, lamento dizer-vos que não é a Mona Lisa. O que mais me impressionou ( e aí eu tive que me sentar e observar durante dezenas de minutos) foi a tela gigante de Jacques-Louis David (mede 10 metros de compromento por 6 de altura) que retrata, em tamanho real, a cerimónia da coroação de Napoleão!

Os pormenores com que pintou todas as personagens, o realismo das expressões dos protagonistas, a curiosa presença  de Jesus Cristo a divinizar o acto (sim, Jesus foi incluído na coroação e podem vê-lo de capuz vermelho e barba comprida, ao lado do Bispo) são indescritíveis!

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 A civilização egípcia também está bem representada no Louvre. Não tivesse sido um francês, Jean-François Champollion, a decifrar os hieroglifos (curiosamente, vi a a Pedra da Roseta, que permitiu a identificação dos caracteres, no Museu Britânico, mas isso são outras guerras) e é a parte preferido do meu filho. Pena que, por essa altura, já andássemos a lutar contra o tempo.

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 A meio da visita, a fome derruba-nos! O Louvre tem um espaço de refeições caríssimo e de péssima qualidade. Talvez a melhor opção seja a cafetaria da entrada, na zona comercial do Museu (por debaixo da pirâmide). Depois, é continuar a ver aquilo que humanamente ainda é possível, entre peças de beleza extraordinária.

Antes de sair, não deixa de ser interessante descer à cave e observar o que resta da fortaleza do século XII, que veio a dar origem ao museu mais visitado do mundo!

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Saimos do Louvre para uma atmosfera gélida, que mais convidava ao conforto do hotel. Mas ainda não tinhamos passeado a pé pela ponte Alexandre III e a teimosia levou-nos até lá para admirar a imponência desta obra de ferro.  

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 Vista da ponte Alexandre III e do Grand Palais

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 Ainda apanhámos um Big Bus junto ao Grand Palais (diz-se que este edifício tem mais ferro do que a Torre Eiffel) para fazermos uma paragem em Trocadero (a melhor vista para a Torre) mas o frio venceu-nos. Fica para uma próxima. Amanhã, será dia de Versailles e de regressar a casa. 

 

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