Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

A 3ª face

Ter | 15.01.19

A minha casa

received_331139347733130.jpeg

Muitas pessoas ainda hoje me perguntam se não tenho medo de viver num local isolado.

Eu até tenho vizinhos mas estão a umas dezenas de metros de distância. E a casa fica por cima da cidade, com uma vista soberba.

O sol todos os dias se despede de mim. Pena que às vezes o ignoro.

 

Mas não foi a vista que me levou a viver aqui.

Na verdade, quando decidi construir uma casa, foi a opção mais assertiva. O terreno era herança de família. O que poupei deu para concretizar um outro sonho: dar uma casa condigna aos meus pais.

Coisa que nunca tiveram.

 

E o privilégio de viver sem incomodar ou ser incomodado pelos outros não tem preço.  

Durante anos, o meu filho viveu com uma bola nos pés. Literalmente.

Existia uma bola em cada divisão e ele andava pela casa a pontapeá-las.

De dia e de noite.

Um passo, um chuto.

Tau. Tau. Tau.

Imaginam-se a viver num piso abaixo do meu?

 

Esta terra foi pisada pelos meus avós e bisavós. Foram eles que plantaram muitas das árvores que aqui existem ou que cuidaram das oliveiras centenárias que me rodeiam. Foi onde o meu pai cresceu e onde eu guardo boas recordações da minha infância.

É um lugar feliz e talvez os meus antepassados ainda por aqui andem a zelar pela família. Porque eu, de facto, sinto-me protegida.

Tranquila.

E a nossa casa é aquele lugar onde o coração encontra a paz!

19 comentários

Comentar post