A pandemia do Coronavírus – já todos contraímos o medo
Confesso.
Quando surgiram as notícias do COVID-19, não liguei. Mais um pânico igual ao da gripe A ou das aves. Mais alarmismo do que consequências. Felizmente!
Mas agora é diferente!
Desconheço se o número de mortes já ultrapassou o das últimas epidemias. Mas o pânico sim!
Um bicharoco invisível está a virar o mundo de pantanas, com consequências imprevisíveis. Porque já percebemos que não é apenas uma questão de saúde.
Quando se fecham fábricas, centro comerciais e se esgota comida nos supermercados, é uma questão de saúde. Mas também de economia. Como se obtém lucro sem vendas? Quem paga salários? Como subsistem as famílias impedidas de trabalhar?
Quando se isolam grupos em quarentena e se suspendem actividades recreativas e viagens, é uma questão de saúde e de economia. Mas também social.
Quando governos se interpelam para defender o acesso a tratamento de compatriotas infectados, é uma questão de saúde, de economia e social. Mas também política.
E quando eu anseio que o meu filho regresse de uma viagem de estudo a um certo país antes que lá seja conhecido algum caso, é uma questão pessoal!
O nosso modo de vida está a mudar tão rapidamente quanto a propagação da doença.
E coisas tão simples como compras a granel e a eliminação de embalagens plásticas descartáveis poderão sofrer drásticos reversos.
Tenho medo do que aí vem. Não apenas pela doença mas pelos fundamentalismos que o pânico social implica.
E vocês, ainda se sentem seguros?