Ah, como eu gosto de viajar de avião!
Há um código de conduta que nos reconhece.
A malta vê-se passar com um sorriso na cara, com o porta-bagagens atafulhado e já sabe que é uma família a caminho do Algarve.
Depois a malta vê-se passar com o porta-bagagens atafulhado, cheiozinho de pó, com um bronze que não consegue disfarçar as rugas de tristeza e já sabe.
Lá regressa mais uma família do Algarve.
Conseguimos uma casinha a bom preço mas, pelo sim, pelo não, levamos roupa para as 4 estações, comida da nossa, que lá está tudo pela hora da morte. Mais o grelhador e a máquina do café, que o que se vai poupar em bicas quase dá para ir ao Equador escolher o melhor lote de grãos de café.
Já não coube a última melancia, a mala da sogra quase que foi de atrelado e por ali ficou entalada por cima da caixa dos tomates cherry e das uvas.
É só por isto que o que eu gosto é de viajar de avião, com uma mala de cabine na mão.
Nunca morri à fome. Nunca andei nua por falta de roupa.
E nuca demorei mais do que meia hora a desfazer a bagagem.
(Porque não vale a pena sofrer por antecipação, vou só ali dar mais um mergulho na água fria do Algarve (que raio se passa este ano com a temperatura?) e já volto...