Barclay James Harvest sem idade
Gozei a minha última prenda de Natal há precisamente uma semana: bilhetes para "ouver" ao vivo uma das bandas da minha vida.
É difícil falar dos Barclay. Quando nasci já a banda era um sucesso. A minha geração entende porquê: as canções enchem-nos a alma e transportam-nos para um universo paralelo, onde as borboletas voam tranquilas (a borboleta é o símbolo inicial do grupo).
Se todos ouvíssemos BJH, o mundo estaria em paz, dei por mim a pensar.
No CCB, uma sala repleta (maioritariamente de carecas e cabelos brancos) recebeu o grupo calorosamente, na tour de celebração de 50 anos.
Pelo meio, alguns jovens acompanharam os pais (como o caso da minha filha) e pelos comentários que fui ouvindo à saída, não se arrependeram.
Foram cerca de duas horas em palco, que isto de cantar apenas 60 minutos é para jovens cansados.
Mas nem tudo foi perfeito. Faltaram alguns hits que o público tanto ansiava.
Como o "Paraíso dos cavalos" (sim, o nome é mesmo português), composto durante umas férias do grupo em Almancil.
Ou a minha "How do you feel now".
Mas há uma razão, que a maioria desconhece.
É que em 1998, ocorreu uma cisão no grupo e formaram-se duas bandas paralelas, lideradas pelos principais membros e compositores do grupo: "John Lees' Barclay James Harvest" e "Barclay James Harvest Featuring Les Holroyd" (o que cá esteve).
Ao que consta, fizeram um acordo de cavalheiros: cada um apenas canta as canções que compôs.
E o Paraíso dos cavalos foi inspiração de John Lees.
Apesar disso, a sonoridade e a voz de Les Holroyd são magistrais. Tal como o seu cabelo comprido. Já totalme te branco.
A prova de que os génios não envelhecem e a boa música é intemporal.
Quem conhece?