Caderneta de praia #2: Os cromos chegaram à praia
(mi perrdoem o abrasileirado da imagem, tá?)
Advertências:
Se esperam imagens de cocktails, espreguiçadeiras e must-haves de marca, cliquem para o blog ao lado.
Se aguardam por indicações de restaurantes e ementas geniais, sigam para o blog da frente.
Se têm esperança de me ver em bikini, retrocedam para o blog de trás.
Se têm tempo para desperdiçar com umas parvoíces de alguém que conseguiu umas férias de sonho onde não se passou nada in e não apunhalou a conta bancária, caíram no buraco certo.
Mas não continuem sem conhecer os cromos destas férias (aqui).
O local
O meu sonho, desde que me lembro, era viver numa casa isolada, em cima de uma escarpa, junto ao mar.
Daquelas dos filmes, em que se adormece a ouvir as ondas e se acorda com o vento a soprar no areal.
Poderia ser assim, num sítio como este:
em que se acorda, dá-se meia dúzia de passos e tem-se esta vista.
Ou esta:
Acreditam que há sonhos que se realizam, nem que se desfaçam ao fim de uma semana?
Eu acredito.
Fui parar à Srª da Rocha, com uma das paisagens mais impressionantes da costa algarvia. Mesmo ali ao lado de Armação de Pera mas sem a multidão e o buliço dessa vila.
Da minha casa eu via o mar, a capela e o pequeno cabo que foi poupado do desmoronamento durante o terramoto de 1755.
De tal forma perto e tranquilo que nos deslocávamos a pé.
Sem o stress de um cromo ainda não estar despachado e outro não querer ir.
E outro querer regressar a casa quando a maioria preferia ficar na praia.
Não houve conflitos familiares, gritarias e birras.
"Vai andando", "fica", "já vou"...era o que se ouvia nesta família. Oh santa tranquilidade! Há quanto tempo eu não tinha umas férias sem este tipo de stress.
O filho morcego pôde ficar descansado em casa. Até fiz o favor de lhe ir levar uma bolacha americana e voltar para mais um mergulho.
Ninguém se preocupou com o lugar para estacionar o carro. Bastaram os chinelos para trilhar o caminho.
Sim, eu acredito em sonhos que se realizam!
A praia
Bem-vindos ao meu paraíso da água de mil cores: a Praia Nova.
Está ligada à praia da Srª da Rocha por uma passagem secreta escavada na rocha mas para nós ficava mais perto descer e subir os 81 degraus esculpidos na falésia, que vieram tornar esta praia acessível a quase todos. Sim, as oito dezenas de degraus são penosas mas podem ser encaradas como um ginásio ao ar livre.
As rochas e as diferenças de profundidade fazem da praia, quando vista de cima, uma aguarela de vários tons cristalinos. Linda!
As infra-estruturas de apoio e as diversões aquáticas estão na praia ao lado. Apenas chegam ali as bolinhas de Berlim.
Que chatice...
Aqui, reina a calma e o espaço suficiente para estendermos a toalha e deixarmos o chapéu-de-sol espetado enquanto vamos almoçar.
E, desde que me lembro de ser gente, consegui ir para a praia sem saco.
Que prazer levar a toalha debaixo do braço (e deixá-la lá enquanto ia almoçar), um livro e uma pequena bolsa apenas com o essencial!
Espero que compreendam os motivos para não ter mudado de praia.
Namorei-a e fui fiel.
Mas nem só de praia se faz uma caderneta.
Amanhã conto como os crominhos viveram durante uma semana.
E sem se matarem uns aos outros...