Chamaram-me linda...
Pintura de Lena Gal
Nunca morri de amores pelas redes sociais.
Foram os meus filhos que me criaram o perfil de Facebook, no tempo do Farmville, em que precisavam da colaboração dos amigos virtuais para a quinta prosperar.
Talvez porque nunca gostei de expor a minha vida, sobretudo através de imagens.
Não são as poses artificiais que me identificam. Nem o cabelo arranjadinho e a cara maquilhada que fazem de mim o que sou.
Porque, na realidade, eu não ando perfeita no dia-a-dia. Nem é isso que me preocupa.
Acho que foi esse o motivo que me fez perder de amores pelos blogs.
É difícil uma pessoa escrever diariamente (ou quase) e esconder a sua essência. A escrita tem canal directo com a nossa personalidade e uma prosa artificial torna-se incongruente, mais dia, menos dia.
E assumo que, de facto, é isso que valorizo numa pessoa. O seu interior.
E é aí que eu tento aprumar-me todos os dias. Em ser atraente como ser humano.
Ontem, a propósito de um disparate que postei aqui, chamaram-me linda.
Quem nunca me viu e não faz ideia de como eu sou.
Apenas pelo que escrevo e partilho. E embora eu saiba que foi a simpatia a falar mais alto, eu quero muito acreditar que sim. Que tenho alguma beleza interior. E que me vou esforçar por ser cada vez mais bela. Todos os dias.
Embora não apareça nas stories do Instagram…