Como eu poupo...no IRS
Já há bastante tempo que não publicava um post sobre poupança.
Pois este esteve mesmo para ir directo para a reciclagem... quando me apercebi que, ontem, os BB (big blogs), "curiosamente", só falavam em PPR's.
Mas depois pensei: que se lixe, o post está quase pronto desde Domingo, porque não publicá-lo? Afinal, não é imitação, é apenas o relato da minha experiência pessoal.
Portanto, vamos a isto!
Para que não sejam enganados, sou uma verdadeira totó em assuntos fiscais.
Sou muito boa a poupar tostões. Mas quanto a dezenas ou milhares de euros, sou uma naba. Desconfio que tenho um certo problema com os grandes números.
Pelo que o mérito deste post é totalmente do meu marido.
PPR
Em Dezembro do ano passado, ele convenceu-me a fazer um PPR. Assegurava-me que, se colocássemos 1750 € cada um, o retorno em IRS seria de 350 €. Para cada um.
Atirei-lhe, de rajada, duas questões:
1º ) Que não acreditava nessa benesse. Alguma vez?
2º) No fim do ano, arranjar 3.500 € só poderia ser brincadeira de São Nicolau. Assaltávamos o banco primeiro???
No último dia do ano - e depois de perguntar 20 vezes no banco se o benefício fiscal era mesmo esse - lá decidi transformar os presentes de Natal, as poupanças e todos os tostões espalhados pela casa em dois PPR.
Neste Domingo, ao fazer o IRS, simulei o reembolso com e sem PPR. E rendi-me à evidência: com PPR, o reembolso aumentou 700 €.
Para os mais distraídos, a dedução fiscal dos PPR varia consoante a idade, nomeadamente:
A sua idade | Investimento mínimo | Dedução auferida |
< 35 anos | 2.000€ | 400 € |
de 35 a 50 anos | 1.750 € | 350 € |
> 50 anos e não reformado | 1.500 € | 300 € |
Se valeu a pena? Sem dúvida alguma! Para além de ter conseguido poupar (o que é raro), vou receber mais IRS e voltar a aplicá-lo para reforçar o PPR e garantir mais 700 € no próximo ano.
E se entretanto necessitar do dinheiro?
Há condições em que podemos solicitar o reembolso sem penalização:
- A qualquer momento:
- Desemprego longa duração (próprio ou familiar);
- Incapacidade permanente (próprio ou familiar);
- Doença grave (próprio ou familiar);
- Utilização para pagamento de crédito habitação garantido por hipoteca;
- Morte.
- 5 anos após aplicação:
- Reforma por velhice;
- A partir dos 60 anos;
- Ingresso ou frequência do ensino profissional ou superior (próprio ou familiar).
Acções
O meu marido tem uma carteirinha de acções, com que gosta de brincar. O valor é pouco mas ele diverte-se como se fosse um accionista em Wall Street.
Quando declarámos os lucros no IRS (que não ultrapassaram 1000€ no ano inteiro), verificámos que o reembolso no IRS desceu bastante. Fiquei fula! Os impostos das mais-valias quase que retiravam metade do lucro!
Mas lá enviei o IRS... que o que eu quero é o dinheiro na conta daqui por 11 dias!
Ele não se convenceu e foi pesquisar.
Nestas situações, a Deco é, na realidade, uma ajuda preciosa. E foi aqui que percebeu que há uma maneira de poupar nas acções e que eu desconhecia:
No final do anexo G (quadro 15), temos a opção de englobar este rendimento ou não.
Sabendo que as acções são taxadas a 28%, é obrigatório simular o IRS e verificar qual a nossa taxação.
Se for inferior a 28%, devemos optar por englobar os rendimentos da venda das acções.
Se a nossa taxa de IRS for superior a 28%, é melhor não englobar.
A minha é de 35%. Quando simulei sem englobamento, o reembolso aumentou 113 €.
Resultado: já apresentei uma declaração de substituição. Estou a aguardar validação mas espero receber mais 800 € do que era expectável.
(Querem que seja franca? Ainda nem acredito!)
E vocês, que dicas podem partilhar com Totós para aumentar o reembolso do IRS?