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A 3ª face

Qua | 10.04.19

Como eu poupo...no IRS

 

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Já há bastante tempo que não publicava um post sobre poupança.

Pois este esteve mesmo para ir directo para a reciclagem... quando me apercebi que, ontem, os BB (big blogs), "curiosamente", só falavam em PPR's.

Mas depois pensei: que se lixe, o post está quase pronto desde Domingo, porque não publicá-lo? Afinal, não é imitação, é apenas o relato da minha experiência pessoal.

 

Portanto, vamos a isto!

 

Para que não sejam enganados, sou uma verdadeira totó em assuntos fiscais.

Sou muito boa a poupar tostões. Mas quanto a dezenas ou milhares de euros, sou uma naba. Desconfio que tenho um certo problema com os grandes números.

Pelo que o mérito deste post é totalmente do meu marido.

 

PPR

Em Dezembro do ano passado, ele convenceu-me a fazer um PPR.  Assegurava-me que, se colocássemos 1750 € cada um, o retorno em IRS seria de 350 €. Para cada um.

Atirei-lhe, de rajada, duas questões:

1º ) Que não acreditava nessa benesse. Alguma vez?

2º) No fim do ano, arranjar 3.500 € só poderia ser brincadeira  de São Nicolau. Assaltávamos o banco primeiro???

 

No último dia do ano - e depois de perguntar 20 vezes no banco se o benefício fiscal era mesmo esse - lá decidi transformar os presentes de Natal, as poupanças e todos os tostões espalhados pela casa em dois PPR.

 

Neste Domingo, ao fazer o IRS,  simulei o reembolso com e sem PPR. E rendi-me à evidência: com PPR, o reembolso aumentou 700 €.

 

Para os mais distraídos, a dedução fiscal dos PPR varia consoante a idade, nomeadamente:

 
A sua idadeInvestimento mínimoDedução auferida
< 35 anos 2.000€400 €
de 35 a 50 anos1.750 €350
> 50 anos e não reformado1.500 €300 €

 

Se valeu a pena? Sem dúvida alguma! Para além de ter conseguido poupar (o que é raro), vou receber mais IRS e voltar a aplicá-lo para reforçar o PPR e garantir mais 700 € no próximo ano.

 

E se entretanto necessitar do dinheiro? 

Há condições em que podemos solicitar o reembolso sem penalização:

 

- A qualquer momento:

  • Desemprego longa duração (próprio ou familiar);
  • Incapacidade permanente (próprio ou familiar);
  • Doença grave (próprio ou familiar);
  • Utilização para pagamento de crédito habitação garantido por hipoteca;
  • Morte.

- 5 anos após aplicação:

  • Reforma por velhice;
  • A partir dos 60 anos;
  • Ingresso ou frequência do ensino profissional ou superior (próprio ou familiar).

 

Acções

O meu marido tem uma carteirinha de acções, com que gosta de brincar. O valor é pouco mas ele diverte-se como se fosse um accionista em Wall Street.

Quando declarámos os lucros no IRS (que não ultrapassaram 1000€ no ano inteiro), verificámos que o reembolso no IRS desceu bastante. Fiquei fula! Os impostos das mais-valias quase que retiravam metade do lucro!

Mas lá enviei o IRS... que o que eu quero é o dinheiro na conta daqui por 11 dias!

 

Ele não se convenceu e foi pesquisar. 

Nestas situações, a Deco é, na realidade, uma ajuda preciosa. E foi aqui que percebeu que há uma maneira de poupar nas acções e que eu desconhecia:

 

No final do anexo G (quadro 15), temos a opção de englobar este rendimento ou não.

Sabendo que as acções são taxadas a 28%, é obrigatório simular o IRS e verificar qual a nossa taxação.

Se for inferior a 28%, devemos optar por englobar os rendimentos da venda das acções.

Se a nossa taxa de IRS for superior a 28%, é melhor não englobar.

A minha é de 35%. Quando simulei sem englobamento, o reembolso aumentou 113 €.

 

Resultado: já apresentei uma declaração de substituição. Estou a aguardar validação mas espero receber mais 800 € do que era expectável.

(Querem que seja franca? Ainda nem acredito!)

 

E vocês, que dicas podem partilhar com Totós para aumentar o reembolso do IRS?

 

 

 

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