Desafio da escrita - palavra: comida
Eu juro que tentei inspirar-me para conseguir um bom conto sobre comida.
Mas, embora seja menina de bom apetite, esta palavra não me desperta vontade de boas histórias.
Primeiro, porque trabalhei com pessoas a quem faltava comida na mesa.
Não consigo esquecer-me de uma mãe que veio com o filho falar comigo e, envergonhada, acabou por confessar que nenhum ainda tinha tomado o pequeno-almoço.
E, que a criança comeu, logo ali, o pacote de bolachas que eu tinha guardado na gaveta da secretária.
Extravasando as minhas competências profissionais, levei muita comida da minha casa para entregar a famílias carenciadas.
E, sinceramente, não me apetece reviver esta fase.
Por isso, estou aqui a escrever este texto e a recuperar da maratona de Domingo, passada ao fogão.
Há dias em que a minha casa parece um restaurante de 3 estrelas Michelin. Uma por cada gosto diferente:
- o do marido, tipicamente alentejano;
-o da filha, vegetariana;
- o do filho, bifóide, pizzóide e massóide.
No almoço de sábado, consegui conciliar os gostos com uma sopa de ervilhas com ovos (não contem nada, mas escondi as rodelas de linguiça da minha filha).
No Domingo, depois do almoço, resolvi fazer sopa e uma feijoada de legumes para a princesa não perder tempo a cozinhar durante a semana.
Já que estava na cozinha, decidi fazer um bolo para lancharmos e ela levar umas fatias para Lisboa.
Quando tinha os ovos na mão, olhei pela janela e vi os meus sogros a chegar.
A minha sogra trazia uma boleira na mão, com um bolinho de limão acabadinho de fazer!
Digam o que disserem, a comidinha que não nos dá trabalho, sabe sempre melhor!
E foi só fazer o chá!
Texto inserido no Desafio da escrita
Palavra do dia 23: comida