Eu, no Crazy World dos Scorpions
As pernas acusam algum cansaço.
Os olhos reclamam as poucas horas que fecharam.
Ainda vejo as luzes psicadélicas.
Ainda oiço os acordes das guitarras, a voz, a batida da bateria.
Foi noite de rock, caramba!
Um concerto cheio de cabeças grisalhas a abanar. Os pais e avós a saltar e a vibrar mais do que os jovens que lá estavam.
Voltar atrás na idade é normal, num Crazy World criado pelos Scorpions.
De qualquer modo, não houve espaço para descansar. O alinhamento do concerto não permitiu quebras de energia no público.
Entre o ritmo do bom rock e as baladas intemporais, ninguém baixou os braços, ninguém parou de cantar e de dançar!
Eles continuam imbatíveis em palco!
Acusam cansaço, é certo. Discretamente, vão alternando breves saídas de cena para retemperar.
Mas nem notamos!
Os momentos mais aguardados (pelo menos por mim) não decepcionaram: o solo de bateria, quando Mikkey Dee se eleva no ar e fica lá bem em cima, a comer cabelo e, entre sorrisos e suor, também nos arranca do chão com a batida inacreditável da percussão! É sempre para delirar, sim!
E depois, na primeira canção do Encore, lá ouvimos os primeiros acordes do Still Loving You.
A malta grita, aplaude e depois acalma. E é ver casais dos “entas” enlaçados, a reviver velhos tempos e o mesmo amor… Momento mágico. Tão bom!
Mais uma vez, os Scorpions não desiludiram. Aliás, acho que se superaram!
Eu é que já não tenho pedalada para estes velhos que rejuvenescem em cada concerto.
Hoje estou meio morta… está na altura de ganhar juízo.
A propósito, Scorpions, quando é que cá voltam outra vez?