Eu pertenço aqui
De súbito, abro a janela do quarto e todas as minhas dúvidas se dissipam.
Sempre me questionei se teria tomado as opções certas:
- optar por viver e trabalhar na minha "parvalhêra"...
- construir a casa isolada, afastada do centro...
Do meu quarto, a paisagem é esta.
O único som que me chega é das canções dos passarinhos, que anunciam a Primavera.
Atrás dos arbustos fica a horta.
Um pouco mais longe, há galinhas, patos e, desde a semana passada, um pavão, que por aqui apareceu.
Já estou em casa mas ontem, quando fui trabalhar, tive de abrandar o carro para não atropelar dois pequenos coelhos bravos.
Eu estou a fazer o isolamento em meio hectare de terra.
Perdi muitos eventos culturais e sociais ao longo da vida, por residir fora das grandes cidades.
Mas agora, ao abrir a janela, invadiu-me a certeza de que tomei as decisões certas.
E estou tão grata por isso!
Não estou livre - como qualquer um de nós - de ser/estar contagiada.
Mas, por aqui, o isolamento voluntário tem sabor a liberdade!
Oh, Alentejo da minh'alma!!