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A 3ª face

Ter | 27.08.19

Eu sou adepta dos produtos naturais mas...

 

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Não é surpresa para quem espreita este blog que eu sou adepta dos produtos naturais e artesanais.

Por aqui, pairam várias receitas e dicas que têm resultado comigo e que partilho.

Todavia, há dois produtos que,   por intuição ou pura  ignorância, me tenho recusado a substituir por naturais.

 

  O PROTECTOR SOLAR

 

Apesar de existirem à venda  protectores  artesanais e circularem várias receitas diy, nunca achei que fosse um produto seguro. Sem saber explicar porquê.

Mas há pouco tempo, uma loja de produtos artesanais – a SENTE SENAS NATURAIS – emitiu a seguinte informação (aqui):

 

Como o nosso slogan indica a nossa cosmética é Artesanal e Consciente e por estes dois motivos este ano vamos descontinuar os nossos protectores solares ( Surya Namaskar).

O ano passado tivemos em spray e em creme e apesar de ter resultado bastante bem, a verdade é que não temos maquinaria industrial para conseguir garantir que o protector solar é totalmente seguro.  

 

Como já devem ter ouvido várias vezes existem dois tipos de protecção solar - a química e a mineral. 

 

A Química dispensa apresentações pois como o nome indica, para além não ser sustentável, é ainda responsável pela morte de corais em países tropicais em que a proibição dos mesmos está a ser observada já em determinados sítios. Se mata corais imagine-se o que faz á nossa pele.

 

A Mineral é a forma mais natural de proteger a pele, contudo os ingredientes activos que são usados para o fazer são muito difíceis de incorporar nas formulas de maneira homogénea, apenas maquinaria pesada industrial têm a capacidade de garantir que o óxido de zinco e/ou o dióxido de titânio ( ingredientes activos em protecção solar mineral) têm as suas partículas devidamente partidas e distribuídas uniformemente na formula final. 

 

Em relação ao FPS os valores são relativos ao tempo de exposição solar e não ao grau de protecção. 

 

 Que riscos se corre em usar protecção solar artesanal??

 Uma vez que a base destes protectores são óleos vegetais, quando os ingredientes activos não são devidamente incorporados na formula, corremos o risco de estar apenas a colocar óleos na pele debaixo de sol directo. Não existe estudo nenhum que diga que os óleos vegetais contêm FPS natural, assim,se por acaso colocar uma parte do creme que esteja com menos ingredientes activos, para além de não estar protegido dos raios UV ainda estamos a acelerar o processo de queimadura ( como se fazia antigamente, as pessoas quando se queriam bronzear besuntavam-se  em óleo Johnson e estendiam-se ao sol até ficarem bem torradas) . 

O que também não existe é uma batedeira, varinha mágica ou robot de cozinha que consiga homogeneizar a formula de maneira a garantir o FPS do protector, para isto são necessários vários testes de qualidade e eficácia, e maquinaria industrial, coisa que não temos. Mal comparado seria como adormecer ao sol com a mão na barriga e quando acordamos temos a marca, pois imaginemos que um creme sem a distribuição uniforme dos ingredientes activos é isso que acontece. Umas partes são protegidas outras não. 

 Recomendamos assim para este verão protectores solares minerais sim mas não artesanais nem feitos em casa ( DIY). O risco não compensa e existem alguns protectores devidamente elaborados e testados, também naturais e não testados em animais que foram produzidos em fábricas com maquinas que realmente conseguem garantir a eficácia. Aconselhamos sempre o biológico e eco-consciente quando escolherem os vossos produtos. 

 

O que se infere daqui?

Para além da explicação, que uma loja que opta por deixar de vender um produto a bem dos consumidores, MERECE TODA A NOSSA CONFIANÇA!  É uma marca a apoiar, não vos parece?

 

 PASTA DENTÍFRICA

 

Todos os dentistas a quem tenho perguntado são unânimes em aconselhar pastas dentífricas com flúor, com um mínimo de 1450 ppm.

Claro que não estão sensíveis a produtos artesanais mas mesmo assim, sempre achei mais seguro  confiar em quem sabe.

 

Andei a pesquisar para tentar perceber porquê e a explicação é esta:

 

A presença de certas bactérias e açúcares produz o aparecimento de ácidos que causam a desmineralização do esmalte dos dentes. No entanto, quando a saliva está menos ácida, são repostos minerais que tornam os dentes mais resistentes. A presença de flúor durante este processo – chamado remineralização – contribui para fixar os minerais de forma mais eficaz e evitar que se dissolvam na próxima fase de desmineralização. É desta forma que o flúor ajuda a fortalecer os dentes. 

Os dentífricos a utilizar deverão ter no mínimo 1000 ppm de flúor, caso contrário o efeito protector não é diferente do placebo.

Assim, quem opta por utilizar pastas de dentes não fluoretadas, está a correr um risco completamente desnecessário de ter uma maior incidência de cárie dentária.

Para uma leitura mais aprofundada poderão ler este artigo

 

Por isso, continuo renitente em optar por estes produtos mas adoraria lançar a discussão sobre o tema.

 

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