Gentinha que só se preocupa com o plástico
© Mário Cruz/World Press Photo
Julho está a terminar, assim como o Plastic free july.
Durante este mês, eu e tantos outros bloggers (bem como autores em várias redes sociais), insistimos no tema da redução do plástico.
Nunca vi (e acho que também não o fiz) alguém impor condutas, ser autoritário ou ofensivo.
Pelo contrário, privilegiou-se a informação e a partilha de alternativas que poderão melhorar o ambiente e o mundo em que vivemos.
Mas tais publicações suscitaram alguns comentários depreciativos: de que há problemas maiores no mundo do que o plástico, tais como a fome, as migrações e os refugiados, a defesa da vida e dos direitos básicos, entre tantos outros.
E só nos preocupamos com plástico...
Pois, a minha opinião - que vale o (pouco) que vale, é esta:
Quem se empenha em reduzir o plástico descartável está preocupado, acima de tudo, em contribuir para um mundo melhor e em garantir qualidade de vida para as gerações futuras.
E quando alguém acredita que o seu comportamento pode melhorar o mundo (à escala de cada um), não se envolve só na luta contra o plástico descartável! Essa será, por ventura, apenas uma faceta de quem, naturalmente, tenta ajudar os outros em vários domínios da vida. Mas que, por certo, se sente mais à vontade em abordar publicamente o tema da redução do desperdício e do plástico.
É gentinha que já percebeu que não é o consumismo desenfreado e descartável que trará um futuro próspero aos filhos e netos.
E, normalmente, é reconhecida no dia a dia como os parvalhões, os tolos e alienados que abdicam da possibilidade de enriquecer, ter poder e status social, em troca de um bem maior: o futuro das gerações vindouras.
Gentinha que só se preocupa com o plástico não existe!
Por isso, não se preocupem assim tanto em criticar a gentinha que só fala no plástico.
Aproveitem para falar e agir sobre outros problemas em que se sintam mais aptos para o fazer.
É disso que o mundo mais precisa.