Heróis do relvado, nobre equipa, nação valente, imortal
Ontem, fui ver o jogo Portugal-Suíça.
Não é que goste de futebol. Não é que perceba de futebol. Aliás, já cheguei a bater mesmo no fundo e, num certo jogo, não estar a compreender a reacção do público.porque pensei que a equipa portuguesa era a adversária (o equipamento dos outros era vermelho e o nosso era branco).
Mas adoro equipar a família com t-shirts e cachecóis e rumar ao estádio, para torcer pelo nosso país.
Ontem, o jogo valeu mesmo a pena. Pela primeira vez, consegui cantar o hino nacional já dentro do estádio, concretizando um sonho antigo. Pois, é que normalmente chegamos tão atrasados, depois de viajarmos 100 km, que já a bola rola no relvado quando nos sentamos. Porém, ontem, contornámos obstáculos, fizemos gincanas no túnel da Luz, sprintámos à volta do estádio e conseguimos chegar a tempo.
As equipas conjugaram-se na perfeição: uma branca, desnorteada e violenta, outra vermelha, calma e segura (a nossa, claro!)
O ambiente esteve ao rubro, a puxar pelos nossos meninos, a cantar, a agitar bandeiras e cachecóis e a fazer a onda (para mim, é sempre o melhor dos jogos, a seguir aos golos: aquela vibração dos pés a bater, o barulho a aproximar-se e as mãos levantadas arrepiam-me sempre).
O primeiro golo trouxe alegria, o segundo encheu-nos de orgulho, por ter sido limpo, marcado por nós.
Não gostei das toneladas de papel que gastaram para o público fazer a bandeira nacional no início do jogo (é bonito mas vale mesmo o desperdício?) e os aviões que a seguir fizeram com as cartolinas, que andaram a voar e a embicar nas nossas cabeças (os portugas no seu melhor). E eu, também no meu melhor, vim carregada dessas cartolinas que ficaram abandonadas nas bancadas para reutilizar nos moldes que uso para os trabalhos de artesanato.
A melhor parte do jogo? O hino nacional que 60 e tal mil pessoas emocionadas cantaram em uníssono no final, enquanto a nossa Selecção agitava a bandeira no centro do relvado.
São estes pequenos momentos, em que Portugal se une em torno de uma causa, em que se reforça a identidade de um povo e em que sentimos orgulho daquilo que somos (mesmo que se trate apenas de futebol) que me arrepiam até à veia cava.
Bravo, herós do relvado!
P.S. Se pensaram que eu iria fazer a crítica do jogo, perdoem-me, mas eu nem sei identificar um fora-de-jogo. Mas para torcer por Portugal, estou cá eu.