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A 3ª face

Qui | 23.05.19

Mereço. Não mereço. Mereço...

 

Para quem reside longe dos grandes centros urbanos, ter um filho na Universidade é um encargo financeiro pesado. 

Eu prefiro chamar-lhe "fundo de investimento", mas tenho consciência de que não é o melhor termo. Afinal, o meu retorno é capaz de ser nulo (em pilim, entenda-se), mesmo a longo prazo.

 

Por isso (que não soe a lamento, porque não é), as despesas supérfluas foram reduzidas ao mínimo: jantares em restaurantes, escapadinhas e viagens, por exemplo, tornaram-se momentos tão raros que quase se limitam aos prémios de passatempos ou ofertas.

Os vouchers da Vila Galé que ganhei no verão (já expliquei como aqui), ficaram reservados para celebrar as minhas bodas de prata. Destino: Ericeira.

Não é grande coisa mas considerando que há 3 anos que não tinha uma escapadinha em casal, foi um momento muito ansiado.

Afinal, eu mereço, caramba!

 

A celebração do aniversário de casamento começou mal, com o meu filho doente (lembram-se?)

Lá foi melhorando e no dia de me ir embora, deixei-o na escola, mais queixoso do que na véspera.

Ao fim de uma hora, telefonou a pedir para vir para casa, que se sentia pior.

De mala feita, fiquei indecisa em partir, embora soubesse que já não conseguiria conciliar outra data e o voucher iria caducar.

Isto de sair assim, para descansar, não é para mim. Isto é um sinal, melhor é não ir.

 

Não mereço uns momento tranquilos, a minha vida não dá para estes luxos!

 

Mas lá fomos, que o gaiato sentiu-se mais aliviado em casa.

Ele fica bem entregue aos avós.

E eu mereço aproveitar estes dias!

 

Fizemos 15 km e voltámos para trás! O meu filho piorou e tivemos de o levar às urgências.

Diagnóstico: gastroenterite viral.

 

De facto, não mereço ir laurear a pevide!

O meu karma é este, não adianta contrariar.

 

Ao final da tarde, com melhoras evidentes do doente e perante a sua insistência para que fôssemos, lá partimos. 

Levava o coração numa mão e o telemóvel na outra, à espera de mais uma chamada para voltarmos.

 

Mas não! 

Chegámos ao destino antes de anoitecer e embasbaquei com esta vista da varanda do meu quarto:

 

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A Ericeira, nesta época é uma terra calma, com pouca gente, o que a torna ainda mais charmosa.

Em cada recanto, o mar espreita-nos mas as ruas cuidadas e os pormenores urbanos (como  o Caminho da Poesia ) também nos surpreendem.

 

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E este mar que é mais azul!

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E as ruelas cheias de história e tradição!

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Como manda a tradição, lá comemos uma mariscada divinal, uns quilómetros mais acima, em Ribamar (obrigada Zomato).

O Rochedo tem um marisco tão saboroso e fresco que quase chorei por não conseguir terminar as perninhas da sapateira.

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E conhecem os Ouriços mais deliciosos do mundo? Cuidado! Estes não picam mas viciam.

 

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Ao terceiro dia, rumámos a Lisboa logo após o pequeno-almoço, para irmos buscar  a nossa princesa e trazê-la de fim-de-semana! 

Durou pouco mas soube a paraíso.

Afinal mereço!

 

Ao chegar a casa, deparo-me com a cadela doente, prostrada e com o pescoço inchado. Rumámos para a veterinária, com um prognóstico que vai desde picada de bicho a cancro...

Não, eu não mereço!

 

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À data de hoje, posso adiantar que o meu filho recuperou e a cadela reagiu bem ao tratamento, pelo que não deve ser nada de grave. 

Mas com tantos sustos, não fosse estar a escrever este post e já nem me lembrava bem dos dias maravilhosos que passei na Ericeira.

 

Pelo meio,ainda fomos a um concerto muito aguardado, no CCB.

Mas sobre isso, falarei depois!

 

 

 

 

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