Para que me serve o blog?
Se, há 3 anos, me perguntassem o que era um blog, eu teria feito cara feia e respondido prontamente que era um sítio de maledicência, onde as pessoas diziam mal de outras por motivos políticos. Afinal, os poucos que conhecia serviam apenas para isso, sobretudo em altura de eleições.
Um ano depois, estava a criar este blog.
Nesse lapso temporal, muita coisa me mudou.
A nível profissional, fui transferida das funções que exercia com paixão para outro que detestava (continuo a detestar) sem quase nada para fazer.
Com demasiado tempo morto entre as 9 e as 5h. Tempo para deprimir ou para crescer e descobrir novos interesses.
Optei pela segunda via. No percurso, descobri que existia um mundo de passatempos a que eu podia concorrer. Muitos desses, decorriam em blogs.
E entrei, sem dar por isso, na blogosfera. Primeiro, a pesquisar e a acompanhar.
Um dia, ganhei coragem e criei o meu.
Para quê?
Nunca gostei de me expor, sempre preferi a sombra dos holofotes (com as devidas excepções para algumas incursões pelo palco) e não creio ter o sonho dourado de ser uma blogger famosa.
Os meus interesses não estão focados na roupa e nos lugares da moda, que é o que mais cativa o interesse dos leitores.
Tão pouco me seduz o apelo à compra de produtos e reviews. Pelo contrário, promovo a diminuição do consumo e o recurso a produtos caseiros e naturais.
Então, para que me serve o blog?
Dizer que é pelo puro prazer da escrita não é suficiente. Poderia estar a escrever livros.
Na verdade, serviu-me como terapia ocupacional. Preencheu-me a alma durante o dia, transformando-se no meu mundo alternativo.
Depois entranhou-se como as sementes se cravam na terra, germinam e ganham raízes para crescer.
Neste momento, ando sem muita disponibilidade para escrever os posts de que mais gosto: escrita criativa ou temas que implicam pesquisa.
Poderia parar por uns tempos, sim.
Mas depois venho espreitar e há sempre qualquer tema que me inspira a escrever umas linhas.
Parece que isto é a seiva de um blog. Como se fosse uma flor especial.
E ao longe, há um Principezinho que me sussurra:
Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante.