Quem compra o que não pode, vende o que não deve (a poupança em ditados #11)
Eu sou do tempo da televisão a preto e branco.
Um dia, o meu pai, em vésperas do Natal dos Hospitais, sacou das poupanças e foi comprar uma televisão a cores.
(A partir daí, nunca mais tive sossego porque a vizinhança enchia-me a sala para ver a novela na única tv a cores lá da rua, mas isso agora não interessa nada!)
Muito mais tarde, surgiram os leitores de vídeo. Foi o primeiro passo para a liberdade, já que não dependíamos do horário e grelha de programas para ver os filmes que desejávamos.
Só para perceberem a época, posso afirmar que não ter um vídeo era o mesmo que não ter, hoje em dia, um iPhone.
Quem não tem, é um ovo podre!
Eu não tenho e por isso, sei do que estou a falar.
Pois nessa época, disseminou-se uma anedota que se tornou viral e que ainda hoje me serve para exemplificar a má gestão:
Um alentejano, com inveja dos vizinhos, também quis comprar um vídeo. Como não tinha dinheiro, vendeu a televisão e comprou o vídeo.
E a vida é assim! Quando o dinheiro é escasso e não definimos bem as prioridades, para comprar o menos necessário, mais cedo ou mais tarde acabamos por vender o que mais falta faz.
Às vezes, a televisão. Outras o carro ou a própria casa. Ou o ordenado, através de uma penhora.
Vale a pena?