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A 3ª face

Sex | 11.10.19

Quem compra o que não pode, vende o que não deve (a poupança em ditados #11)

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Eu sou do tempo da televisão a preto e branco.

Um dia, o meu pai, em vésperas do Natal dos Hospitais, sacou das poupanças e foi comprar uma televisão a cores.

(A partir daí, nunca mais tive sossego porque a vizinhança enchia-me a sala para ver a novela na única tv a cores lá da rua, mas isso agora não interessa nada!)

 

Muito mais tarde, surgiram os leitores de vídeo. Foi o primeiro passo para a liberdade, já que não dependíamos do horário e grelha de programas para ver os filmes que desejávamos.

Só para perceberem a época, posso afirmar que não ter um vídeo era o mesmo que não ter, hoje em dia, um iPhone. 

Quem não tem, é um ovo podre! 

Eu não tenho e por isso, sei do que estou a falar.

 

Pois nessa época, disseminou-se uma anedota que se tornou viral e que ainda hoje me serve para exemplificar a má gestão:

Um alentejano, com inveja dos vizinhos, também quis comprar um vídeo. Como não tinha dinheiro, vendeu a televisão e comprou o vídeo.

 

E a vida é assim! Quando o dinheiro é escasso e não definimos bem as prioridades, para comprar o menos necessário, mais cedo ou mais tarde acabamos por vender o que mais falta faz.

Às vezes, a televisão. Outras o carro ou a própria casa. Ou o ordenado, através de uma penhora.

Vale a pena?

 

 

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