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A 3ª face

Qua | 09.10.19

Quem se veste de ruim pano, veste-se duas vezes por ano (a poupança em ditados #9)

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O que eu mais gosto nos ditados populares, é que são intemporais.

Podemos contextualizá-los no tempo mas a mensagem central continua lá.

 

Quem se vestia de ruim pano, no passado, era quem recorria a tecidos de qualidade inferior para fazer (ou mandar fazer) a sua roupa.

Poupava de imediato no custo do tecido mas, numa altura em que a roupa deveria durar uma vida e ser herdada pelos irmãos, não seria a opção mais acertada.

 

E nos dias de hoje?

Em que temos acesso a roupa “demasiado barata” que nos permite comprar, por atacado, uma t-shirt de cada cor para cada dia da semana?

Hoje, o ruim pano tem outro nome e outra finalidade: fast fashion!

O consumismo e a ânsia de andar na moda incentivam a indústria a encontrar soluções para roupa barata e quase descartável. Não interessa a resistência a muitas lavagens já que, no ano seguinte, provavelmente estará demodè.

 

Comprar este tipo de roupa é barato mas não se traduz em poupança real.

Claro que no meio daquelas peças que não voltaremos a enfiar no ano seguinte, existem algumas que valem a pena. Cujo algodão é de qualidade superior ou, pelo corte e padrão mais clássicos, poderão ser usadas nos anos seguintes.

 

Com isto, não estou a ser extremista e achar que a moda não deveria existir!

Defendo é que se opte por roupa versátil, que possa ser usada vários anos sem que nos envergonhemos.

E que, com muito orgulho, tenhamos a noção de que estamos a reduzir o desperdício.

 

 

O post é sobre poupança mas não resisto em alertar, mais uma vez, para o custo ambiental e social da fast fashion.

Sabemos quem produz a nossa roupa? Não terá sido uma criança de 8 anos no Bangladesh?

Que emissões de carbono foram emitidas?

Que quantidade  de água foi gasta para a produzir?

 

Estima-se que as peças fast fashion são utilizadas menos de cinco vezes e geram 400% mais emissões de carbono do que peças comuns, que são utilizadas 50 vezes.

Para além de estimularem o “trabalho escravo”, sobretudo nos países asiáticos.

 

Pequenas questões a ponderar, na próxima vez que entrarmos no provador…

 

 

 

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