Rock in Rio: chora, chora Carolina. Chorámos todos
Rock in Rio. Primeiro dia.
Estive lá entre as 71 000 que encheram a Bela Vista.
Fui seduzida pelos Muse, que o pessoal cá de casa já tinha visto no NOS Alive e que garantia ter sido do outro mundo.
Não vale a pena relatar o dia. A televisão, os jornalistas e outros especialistas fizeram a cobertura do evento.
Eu só quero aqui descrever as minhas emoções.
Aquilo mexe connosco, caramba!
A música, o ambiente, a organização.
Sabem que os meus olhinhos vão para pormenores relacionados com o ambiente e o desperdício.
Pois bem, tirando o copo reutilizável, não usei plástico.
A comida foi-me servida em cartão. O café veio num copinho também de cartão e até a colher era de madeira.
Havia ecopontos por todo o lado e, como se não bastasse, eles tinham pernas!
Sim, ecopontos passeavam-se às costas de alguns miúdos, para que os festivaleiros lá colocassem o plástico.
Cinco estrelas, Roberta!
Quanto aos concertos, o grande Diogo abriu o pano!
E foi booooom!
Acabou em tronco nu, deixando a garotada (e não só) em delírio.
Só pelas tatuagens, tá-se a ver !
De seguida, mudei-me para o palco do Music Valley, para ouvir a miúda da voz doce.
Acho que não estava preparada para aquilo.
Mas como ela também não, ficámos quites!
Era só a sua voz, alguns convidados, flores brancas e um designer gráfico que ia desenhando no ecrán a sua emoção.
Não, não estou a ser correcta. Não foi só isso...
Para além daquela voz inconfundível, a Carolina Deslandes entregou-nos o coração.
Deu-se por inteiro.
Era ela e todos os seus sonhos de menina que estiveram naquele palco do Rock in Rio.
A VIDA TODA!
Cantou, chorou, agradeceu.
E eu cantei, chorei e agradeci-lhe.
Também me entreguei a ela, tal como as milhares de pessoas que lá estavam.
Presumo que ela não estivesse à espera de tamanha audiência e a humildade com que esteve em palco agigantou-lhe a actuação.
É como costumo dizer: a perfeição está na simplicidade e o concerto da Carolina foi perfeito!
Ainda me arrepio com as memórias, ainda sinto o sabor das lágrimas que me foram escorrendo pela face enquanto cantavas, miúda!
Obrigada por teres tornado o meu dia mágico!
E quando aos Muse?
Foi bom, são dinossauros, com uma equipa super profissional por trás e recursos milionários que ajudam a actuação a tornar-se perfeita.
Puro trabalho. Mais um concerto. Tocaram e receberam o cachet.
Aplausos e vim-me embora.
Mas não vibrei. Não me arrepiei.
Não entraram de rompante no meu coração para arrebatarem os meus sentimentos.
Isso eu só consegui à tarde, com a miúda da voz doce.
Para mim, tu é que foste o fogo de artifício!
PARABÉNS, CAROLINA DESLANDES!
(Como eu adoraria que pudesses ler isto!)