Sou eu que estou mal, bem sei
O confinamento acabou por decreto.
Viva a liberdade!
Na minha cidade, as esplanadas voltaram a encher. As pessoas passeiam e agrupam-se na cavaqueira. Sem máscara, porque o calor alentejano também desconfinou.
Consta que, no fim-de-semana, muitas pessoas já aguardavam a abertura dos supermercados em traje de praia.
Ao entardecer, o regresso implicou a paragem massiva nos cafés e restaurantes.
E eu?
Hoje é dia 25 e este mês, ainda só fui uma vez ao supermercado.
De manhã, deixei a máquina do pão programada.
Mantenho distanciamento, embora esteja a morrer de saudades de beijar e abraçar quem gosto.
No trabalho, sou gozada por nunca tirar a máscara.
Até porque aqui, não há casos activos.
No período de confinamento senti-me mais segura do que agora, confesso.
Sei que devemos retomar a vida normal mas, supostamente, deveria ser aos poucos. Lentamente.
Não é o que observo.
E é aqui, em pleno Alentejo.
Imagino nas grandes cidades!
Eu é que estou mal, bem sei. Mas não me consigo convencer de que o vírus se matou por decreto.