Ter | 29.01.19
A rua do Cara d’Alho (conto)
A 3ª face
Desligou o telefone e foi como se a fechadura da masmorra onde aprisionara as memórias se tivesse estilhaçado. Um turbilhão de imagens soltaram-se e invadiram-lhe os sentidos. Turvou-se-lhe a visão, emudeceu-se o presente e José voltou a ser o menino franzino na sala daquela escola velha e a cheirar a bafio. Sempre se sentira diferente dos colegas. Evitava as brincadeiras de rapazes e preferia ficar a um canto do recreio, a imaginar um mundo paralelo, onde fazia de conta que era. (...)