Todos sabemos que o futebol não faz um país. Ganhar um jogo não resolve a pobreza. Uma Selecção não remata o défice na Educação nem finta as lacunas da Saúde. Um árbitro não dá cartão vermelho a políticos e a empresários corruptos. Mas caramba! Dá-nos orgulho ver as quinas no relvado. Eleva-nos a auto-estima pensar que podemos ser favoritos ao título, depois de termos ganho o Europeu. (Assim como o Sapo elevou a minha, ao destacar, na sua homepage, a (...)
créditos da foto Lá vem a Nau Cristianeta Que tem muito p'ra jogar Vide agora, senhores, Este jogo de pasmar! Passam mais de 3 golos Com o tempo a terminar, Mas só não acreditam os tolos Que ainda podemos marcar. Deitaram sortes à ventura Qual iria rematar, Logo foi cair a sorte No capitão genial. (...)
É hoje. Vamos lá começar isto, então! Durante o próximo mês vou-me sentir fut-excluída, já que não sei identificar faltas, foras de jogo, adiantamentos ou esquemas tácticos. Lá por casa, vou ouvir as discussões diárias sobre as performances dos jogadores e as decisões dos treinadores como quem escuta mandarim. Mas tudo bem. Sei reconhecer um golo da selecção portuguesa. E isso é que me interessa. Força aí campeões!
Num país em cinzas, devastado pelos fogos, pela incompetência e pela revolta, o que sobra de Portugal? Quando a fé e a segurança se esgotam, o que resta de nós? Portugal nada mais é, neste momento, que uma criança assustada e perdida, a precisar de colo e orientação. Obrigada, pai Marcelo. Porque, ontem, voltaste a cumprir o teu papel parental: afagaste-nos na nossa dor, aconchegaste-nos com a tua voz comovida, não desculpaste os erros graves de alguns filhos, ralhaste, (...)
Não é a primeira vez que os meus filhos chegam a esta conclusão. A propósito de uma conversa sobre música, eles (com 20 e 14 anos de idade), voltaram a dizer que a geração dos pais foi a mais privilegiada da História - incluindo a deles. E os putos têm toda a razão. Nasci em 70, quase no final da ditadura e da guerra colonial e apenas guardo memórias das histórias que alguns vizinhos e familiares contavam de uma África longínqua. A liberdade sempre me foi banal mas a (...)
Pasmada (novamente) pelas manifestações de interesse súbito no bem-estar do povo, nas romarias de bandeirolas e folhetos coloridos por tantos bairros e vielas e pela omnipresença das figuras importantes da minha pequena terreola em todas as festas e celebrações, quis esclarecer-me com um sábio nestas matérias e decidi entrevistar Joaquim Guilherme Gomes Coelho (conhecido na literatura por Júlio Dinis). 3ª face - Boa noite, Sr. Júlio Dinis. Explique-me, para começar, (...)