Traições e divagações
Numa época de solidariedade e amizade, a minha melhor amiga traiu-me!
Passamos o ano juntas mas é no Inverno que me faz mais falta. E logo agora vieram buscá-la. Vai ausentar-se por vários dias, deixando-me um espaço vazio.
Hei-de substituí-la.
Estou a preencher o seu lugar com sacos de roupa suja que se estão a acumular, à espera do seu retorno.
Serão cerca de 150 € que nos voltarão a unir.
Numa época em que cada tostão conta. São as prendas, a ceia de Natal, o PPR que queria reforçar… e ela faz-me isso.
A minha máquina de lavar sucumbiu ao uso. Quebrou um suposto triângulo que sustenta o tambor!
E isto levou-me a pensar na obsolescência programada.
Será um destes casos, em que as peças estão destinadas a durar uns quantos ciclos de lavagem?
É que o valor da reparação faz considerar a compra de uma nova…
Todavia, continuo a considerar que esta política sub-reptícia das empresas, que programam os produtos electrónicos para uma determinada duração – a chamada obsolescência programada – e a indisponibilidade de peças para reparação, é um tiro no pé.
Por mim, se um equipamento se avaria em pouco tempo, irei sempre substitui-lo por uma marca diferente.
Mesmo prevendo que o mesmo destino já terá sido traçado à nascença.
Por isso, caras empresas gananciosas, que privilegiam o desperdício electrónico: comigo não contem!
Pagarei os 150 € para ter a minha ainda jovem amiga de volta.
Feliz Natal, abutres!
Desta vez, não se safam comigo.