Um tabuleiro onde cabe o Ventura, a Joacine e uma amostra deste país
A senhora, já idosa, levanta-se da mesa do centro comercial, pega no tabuleiro para o arrumar no carrinho mas a funcionária vê e dirige-se a ela.
A idosa comenta:
- Deixe estar que eu arrumo o tabuleiro, que aqui não há fascistas como o Ventura.
A funcionária (de origem africana) responde de imediato:
- A senhora é que está a ser fascista. Este é o meu trabalho e se arrumarem os tabuleiros eu vou para o desemprego.
A idosa sente-se ofendida.
A funcionária também.
A troca de mimos chama a atenção de quem está ao redor.
E num ápice, estão cerca de 30 pessoas, divididas em duas facções que discutem a alta voz e se acusam de fascistas, de racistas, de misóginos, de joacinistass e venturistas. E que os pretos deveriam era voltar para o país deles, claro está.
Custei a acreditar que a cena, surreal, não fosse encenada para algum programa de televisão.
Mas o meu marido assistiu a tudo e garante que não.
Era um simples tabuleiro para arrumar. Talvez como o nosso país…