Universitários a peso de ouro
Provavelmente, o segundo tema mais debatido em Portugal durante esta semana é o preço do alojamento para estudantes universitários.
(O primeiro é, obviamente, as eleições no Sporting.)
Os preços astronómicos que estão a ser pedidos nas principais cidades começam a impedir o acesso dos alunos ao ensino superior.
Eu sinto isso na pele e não sou dos casos graves.
Felizmente, consigo ir suportando os gastos da minha filha, a estudar em Lisboa, sem passar fome.
Mas não é fácil.
- O quarto aumentou 30 € este mês, passou a custar 350,00 € (não me perguntem pelo recibo, ok?)
- As propinas rondam 120 €/mês.
- Transportes: 30 € (que já inclui carregamento de cartão e viagens para casa, quando não consegue boleia)
- Mesada para alimentação e despesas: 200 € (em início de semestre requer reforço para livros e fotocópias).
Vamos a contas?
350 + 120 + 30 + 200 = 700 €
O Salário Mínimo Nacional actual é de 580,00 €
O salário médio mensal, em 2017, em Portugal, foi calculado em 846 €.
Podem falar nas bolsas de estudo. É verdade que ajudam.
Podem falar no alojamento universitário, que acredito ser totalmente ocupado pelos bolseiros com rendimentos abaixo ou no limiar da pobreza.
Expliquem-me como é que uma família da classe média, com rendimentos acima do limite para acesso a bolsa de estudo mas com um rendimento próximo do salário médio mensal, consegue suportar um filho (ou dois) no ensino superior, quando deslocado de casa…