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A 3ª face

Qui | 25.01.18

Wonder Wheel: quando a vida é um carrossel

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Finalmente, vi o mais recente filme do Woody Allen.

Mais uma voltinha no drama humano. Mais um exemplo da nossa fatalidade quando, perante encruzilhadas, escolhemos deliberadamente o mau caminho. Outra prova de que a loucura nos ronda a cada esquina da vida.

Não vale a pena falar no elenco brilhante, em que, mesmo assim, a Kate Winslet se consegue destacar, sobretudo nos seus monólogos delirantes.

Elogiar a fotografia, que consegue transformar os sentimentos em cores, é coisa que o os críticos já devem ter referido!

Gostei muito. Gosto de filmes que se digerem na minha mente durante, pelo menos 3 dias, e que me deixam ser eu a construir o final.

Aos olhos de quem já tem mais de 40 anos, o enredo ganha outra perspectiva. Bem podíamos ser a Ginna (Kate Winslet) ou o Humpty (Jim Belushi) deste filme, com as nossas frustrações estampadas no quotidiano mas com os sonhos de juventude guardados em preciosas caixinhas que, de tempos a tempos, destapamos (geralmente para os mostrar às mesmas pessoas de sempre). E estes sonhos, por vezes, depois de abertos, ganham asas e voltamos a acreditar que os podemos viver.

Nada de mal há nisso e não nos torna alienados, psicopatas, ciumentos ou perversos.

E não me parece que o filme defenda a ideia de que o ser humano não muda ou a de que o destino é uma roda gigante e, depois de embarcados, retornamos sempre ao mesmo ponto.

Na  minha perspectiva, a moral da história é outra e serve a todas as gerações: é a de que, quem rasga o bilhete para agarrar o seu sonho na altura certa, poderá não ter outra oportunidade. Aí sim, o carrossel da vida gira para sempre e jamais conseguiremos sair para apanhar esse sonho!

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